Saúde: Estado produz vacina brasileira contra raiva humana



Versão nacional, mais eficaz e barata, será fabricada pelo Instituto Butantan

O Estado de São Paulo entrou na reta final para produzir uma vacina brasileira contra a raiva humana. O novo imunizante, mais eficaz e barato, foi desenvolvido pelo Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, e será fabricado em escala industrial já a partir de fevereiro.

         Testada com sucesso em camundongos e macacos, a vacina passou por uma prova animal final, sendo injetada em cerca de 200 seres humanos, em estudo realizado pelo Instituto Pasteur, também da Secretaria.

Os resultados preliminares foram positivos, já que não houve reações significativas de ordem alérgica ou nervosa. Além disso, na média dos pacientes, a nova vacina estimulou níveis de anticorpos 30 vezes maiores que os considerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para neutralizar o vírus da raiva no organismo. Em outubro de 2005 a Secretaria encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido oficial para registro e autorização de fornecimento no mercado interno da vacina. Esta autorização deve sair até abril.

O objetivo inicial é produzir aproximadamente três milhões de doses da vacina por ano, quantidade suficiente para atender a demanda nacional. O custo estimado para cada dose é de US$ 5,00, cerca de 30% a menos do que o preço pago atualmente pelo governo federal. Hoje, a vacina importada da França é apenas testada e rotulada pelo Butantan.

A qualidade do novo produto é resultado de uma forma inédita de cultivo do vírus da raiva, que é a matéria-prima para a confecção da vacina. O vírus inativado cresce num substrato composto pelas chamadas células Vero, retiradas dos rins do macaco-verde-africano Cercopithecus aethiops. A diferença em relação à vacina importada é que o método de produção dispensa a utilização de soro animal, o que reduz as chances de contaminação.

 “O Brasil ganhará uma vacina mais segura, eficaz e barata, além de garantir novamente independência tecnológica nessa área”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante.

No Estado de São Paulo o último caso de raiva humana foi registrado em 2001. O tratamento também se modernizou. Atualmente são necessárias apenas cinco doses da vacina no braço para ficar imune à doença após exposição a mordida de cães, gatos ou morcegos. Antigamente era preciso tomar cerca de 40 doses na barriga.

As doses são aplicadas em casos de pós-exposição (pessoas que tiveram qualquer tipo de acidente com mamíferos). Mas também estão disponíveis em casos de pré-exposição, a vet

01/12/2006


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