Seca atinge a produção de grãos gerando aumento no valor da carne



Redução da oferta mundial de milho e farelo de soja é a principal causa para a queda da produção de carne

 

Seca e desequilíbrio de mercado atingiram o setor de produção em várias regiões do País. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diz que a redução da oferta mundial de milho e farelo de soja é a principal causa para a queda da produção de carne, haja vista os elevados custos de produção, sobretudo aqueles relacionados à ração.

O fenômeno da seca reduziu a produção de grãos a nível mundial. O reflexo é visto pelo setor de carnes, que também apresenta aumento nos preços porque está relacionado ao suprimento de ração – principalmente em função do milho. O analista de Mercado da Conab, Wander Sousa, informou que houve aumento de 10% do valor de derivados de frango, enquanto os produtores já anunciaram que há redução para alojamento de aves. Recentemente, denúncias apontaram o descarte de mais de 100 mil aves em fase de engorda, por falta de ração animal, que é produzida, principalmente, a partir do milho.

Com a redução da oferta, o preço tende a subir. Assim acontece com os suinocultores, que, provavelmente, serão mais afetados por conta do desequilíbrio entre o preço de mercado e o custo de produção. Em 2011, a carne suína teve um incremento de produção de 5%, deverá sofrer, segundo a Conab, uma inversão da curva com redução de cerca de 5% em 2012.

O Brasil, que é um dos maiores produtores e consumidores de carne do mundo, tem um cenário de queda projetado para este ano em todos os tipos de produção desse mercado.

O mercado internacional também sentiu os efeitos da seca. Os produtores dos Estados Unidos estimam perdas entre 20% e 30% nos cultivos de grãos. A estiagem atingiu grande parte do território norte-americano, agravando a redução de oferta e elevando as cotações internacionais.

O clima intensificou diferenças regionais. No Nordeste e no Sul a perda da produção foi maior do que na região Centro-Oeste. 

 

Confira abaixo os detalhes de cada região com a seca

Nordeste

No Nordeste, a produção de feijão caiu 69% entre outubro do ano passado e abril deste ano. O milho - também cultivado na região - sofreu perda de 30%. De acordo com os agricultores, houve queda de 2 milhões de toneladas no cultivo de milho, comparado ao ano passado. 

Sul

José Negreiros, técnico de Avaliação de Safra da Conab, ainda destaca os prejuízos causados pela seca aos produtores de arroz do Sul do País. “O arroz, principal cultura da região, teve uma quebra de 14,7% na safra 2011/2012”, destacou. 

Negreiros lembra que a participação do centro-sul do País na produção nacional chega a quase 90%. Na safra 2010/2011, a produção nacional de arroz atingiu o patamar de 13,6 milhões de toneladas no Brasil, quando o centro-sul respondeu por 11,3 milhões de toneladas. Este ano, a produção da região caiu para 9,8 milhões de toneladas.

 

Centro –Oeste

Centro-Oeste manteve níveis relativamente altos de segurança da produtividade, com poucos registros de quebra de produção. A produção de milho em Mato Grosso dobrou em volume. Enquanto, em 2011 a produção alcançou 7 milhões de toneladas, este ano, os produtores produziram 15 milhões de toneladas.

“Quanto à soja, tivemos ano agrícola muito bom em Mato Grosso, com produção um pouco menor do que em 2011, mas com maior produtividade”, disse Nelson Picolli, diretor financeiro da Associação de Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja). Grãos que formam a ração

 

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Fonte:
Agência Brasil 

 

31/08/2012 13:43


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