Secretaria da Saúde inicia procedimento de doação de óvulos
Iniciativa inédita em hospitais públicos paulistas terá início na próxima semana
A Secretaria de Estado da Saúde inicia na próxima semana uma fase inédita do Programa de Reprodução Assistida, realizado no Hospital Estadual Pérola Byington: a doação de óvulos. Destinado a ajudar mulheres com mais de 40 anos que apresentam dificuldades para ovular, o novo procedimento agilizará o andamento da fila, diminuindo o tempo de espera para participar do programa. Batizado de “Doação Compartilhada”, o procedimento é inédito em hospitais públicos no estado de São Paulo.
Por ser o único hospital do Brasil a oferecer um tratamento contra infertilidade totalmente gratuito, o Hospital Pérola Byington é procurado por mulheres de todas as regiões do país que nutrem o sonho de engravidar, mas encontram dificuldade para fazer isso naturalmente. Resultado: atualmente, mais de 1.000 pacientes esperam na fila. Uma espera que pode chegar a quatro anos.
O processo para permitir que o espermatozóide se una ao óvulo começa bem antes da doação em si. Faz-se um cadastro das pacientes com menos de 35 anos que aguardam na fila que estariam dispostas a doar seus óvulos. A partir daí, busca-se entre as pacientes cadastradas aquela que tenha o mesmo tipo físico e sanguíneo da doadora. Estabelecido o pareamento, as duas pacientes passam por uma série de exames para identificar a presença de doenças como HIV, hepatite e Sífilis e problemas genéticos graves. As candidatas a mamães também passam por avaliações psicológicas.
Exames feitos, inicia-se o uso de medicação para aumentar as chances de sucesso. As doadoras passam a tomar hormônios para estimular os ovários e, assim, produzir maior número de óvulos aproveitáveis. As receptoras passam a tomar hormônios para estimular a formação do endométrio e assim, facilitar a recepção do embrião. Assim que os hormônios fazem efeito os óvulos são retirados, fecundados com o sêmen do pai e reinseridos na receptora.
“Esse tipo de doação é vantajoso para todas as envolvidas. Quem recebe tem a oportunidade de driblar a deficiência na produção de óvulos e dar início a uma gestação. Quem doa diminui o tempo de espera na fila e inicia junto com a receptora o processo de fertilização in vitro”, afirma a diretora do Departamento de Infertilidade Conjugal, Dra. Nilca Donadio.
O Hospital Pérola Byington se prepara desde o ano passado para realizar o procedimento. Foram criados ambulatórios específicos para atender doadoras e receptoras separadamente e garantir que elas não entrem em contato umas com as outras, garantindo o anonimato que a situação exige.
“Nos cinco primeiros meses acreditamos que teremos capacidade de fazer cerca de 20 procedimentos, mas nossa intenção é aumentar isso com o tempo”, afirma a Dra. Nilca.
Das 1000 mulheres que aguardam para participar do programa de reprodução assistida da unidade, aproximadamente 400 são possíveis candidatas a receber óvulos devido a idade. Cerca de 30 pacientes já se candidataram para doar seus óvulos.
O hospital Pérola Byington fica na Av. Brigadeiro Luis Antônio, 683.
Da Secretaria da Saúde
(L.F.)
07/30/2008
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