Seis atletas do vôlei Nossa Caixa Cruz de Malta vão à Paraolimpíada de Pequim



Convocação foi divulgada esta semana, após a equipe sagrar-se bicampeã brasileira

Seis dos doze atletas da seleção masculina de vôlei paraolímpico escalados para a Paraolimpíada de Pequim são da Nossa Caixa Cruz de Malta, patrocinada pelo Banco Nossa Caixa. A convocação foi feita esta semana pelo técnico da seleção Amauri Ribeiro, que também é treinador da Cruz de Malta. Os atletas da equipe paulista convocados para a Paraolimpíada são: Renato de Oliveira Leite; Guilherme Borrajo Faria Gomes; Deivisson Ladeira dos Santos; Giovani Eustáquio de Freitas; Diogo Rebouças e Wellington Platini.

Esta é a estréia da seleção brasileira de vôlei em uma paraolimpíada. “O time tem um nível técnico muito bom”, diz Amauri. “Se eles desenvolverem todo o voleibol que sabem jogar sem se abalarem psicologicamente com o peso de uma competição como essa, certamente teremos bons resultados”, afirma. Segundo o técnico, a equipe brasileira é a equipe mais jovem do campeonato.

O anúncio foi feito após a equipe paulista conquistar o bicampeonato brasileiro esta semana, em Niterói. Apartida final da competição foi disputada contra a equipe “Suzano” na quadra da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef). A Cruz de Malta venceu o jogo por três sets a zero, com parciais de 25/18; 25/19 e 25/10.

A comissão técnica da seleção brasileira também é a mesma da equipe Nossa Caixa Cruz de Malta: o técnico Amauri Ribeiro, o auxiliar técnico Adriano Silvestrini, o preparador físico Marcelo Doniseti Micheletto e o fisioterapeuta Rafael Gnecco de Proença. Além do Brasil, competem na Paraolimpíada de Pequim outras sete seleções — Bósnia, China, Egito, Irã, Iraque, Japão e Rússia. O Brasil está na primeira chave do torneio, ao lado das seleções do Japão, Irã e Egito — as duas últimas estão entre as favoritas.

O vôlei paraolímpico começou a ser praticado no Brasil em 2003 e, por conta disso, ainda está se estruturando. “Ao patrocinar a equipe Cruz de Malta, base da seleção brasileira de vôlei paraolímpico, a Nossa Caixa ajuda a desenvolver e a dar maior visibilidade ao esporte”, diz Amauri.

Os atletas convocados

  • Renato de Oliveira Leite, atacante e levantador da seleção, completará 26 anos em agosto. Paulistano, casado e sem filhos, Renato ficou paraplégico após um acidente de moto no início de 2002. Pós-graduado em atividade física adaptada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o atleta também dá aulas no Colégio Augusto Laranja, em Moema. Eleito o melhor levantador do campeonato brasileiro, Renato já praticava esportes antes do acidente, mas não em categorias profissionais. Atualmente, treina na Nova Escola, no Morumbi, três vezes por semana.
  • Deivisson Ladeira dos Santos, 24 anos, é paulista, levantador da seleção e ficou paraplégico em acidente de moto.
  • Guilherme Borrajo Faria Gomes, 26 anos, é carioca, solteiro e estudante de direito na UniverCidade, no Rio de Janeiro.  Em 2001, quando voltava de uma partida de futebol, perdeu uma perna ao cair de um ônibus em movimento e ser atropelado. Levantador da equipe, ele é o único que praticava o esporte profissionalmente antes do acidente. Guilherme joga vôlei desde criança e hoje treina diariamente na praia de Ipanema. Antes do acidente, integrou as equipes do Flamengo, AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) e do Colégio Notre Dame.
  • Giovani Eustáquio de Freitas, 37 anos, é atacante da equipe. Sua deficiência física é de nascença, causada pelo uso do medicamento “talidomina” durante a gravidez. Tem as pernas apenas até a altura dos joelhos. A mãe usou o remédio para tratamento sem saber que poderia causar problemas ao filho. É casado e tem dois filhos. É natural de Belo Horizonte e, há aproximadamente dois anos, joga na equipe Nossa Caixa Cruz de Malta, em São Paulo. Sempre praticou atividades esportivas, mas só recentemente se profissionalizou no vôlei. Desde novembro de 2007, Giovani está morando na capital paulista para poder se dedicar melhor aos treinos.
  • Diogo Rebouças, 24 anos, é carioca, não tem filhos e joga na Cruz de Malta como atacante demeio de rede da seleção.  Diogo começou a participar do vôlei paraolímpico em 2006, três anos após um acidente de moto que o deixou paraplégico.  No próximo ano, após o término das paraolimpíadas, planeja prestar vestibular para educação física. O atleta treina com outros dois atletas da Cruz de Malta na praia de Ipanema e no Flamengo, no Rio de Janeiro. “Competir uma paraolimpíada é o sonho de todo paraatleta”, diz. 
  • Welligton Platini Silva da Anunciação, 23 anos, é solteiro, paulistano, mora em Osasco e joga na Cruz de Malta como atacante. Em 2005, teve a perna direita amputada após um acidente de moto. Atualmente, trabalha como office-boy e treina voleibol três vezes por semana.

Do Banco Nossa Caixa

 

C.C.



06/29/2008


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