Senado comemora o bicentenário da Faculdade de Medicina da Bahia



O Senado prestou nesta terça-feira (25) homenagem à Faculdade de Medicina da Bahia (Fameb) pelo seu bicentenário. O requerimento da homenagem à faculdade, localizada no Terreiro de Jesus, no bairro do Pelourinho, em Salvador, foi apresentado pelos senadores César Borges (PR-BA), Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) e Tião Viana (PT-AC) e subscrito por outros parlamentares.

César Borges, em discurso durante a homenagem, disse que a Fameb é um marco na história do ensino da Medicina no país e defendeu a restauração imediata do patrimônio histórico, cultural e científico da instituição, com a participação da União, do estado da Bahia, do município de Salvador e do setor privado.

- Essa é uma dívida e também um anseio das sociedades baiana e brasileira, que precisam ser resgatados para fazer jus ao pioneirismo e aos serviços prestados pela Fameb - disse.

Além dos autores do requerimento de homenagem, compuseram a Mesa o diretor da Fameb, professor-doutor José Tavares Neto, e o vice-diretor da instituição, professor-doutor Modesto Jacobino, também presidente eleito da Sociedade Brasileira de Urologia.

Origem

O documento que determinou a criação da Escola Cirúrgica da Bahia, que deu origem à Faculdade de Medicina, foi assinado por dom João VI em 18 de fevereiro de 1808, durante a passagem da corte portuguesa pela Bahia. Em 1813, a escola se transformou em Academia Médico-Cirúrgica, a primeira do gênero no país. A partir de 1832, passou a ser chamada de Faculdade de Medicina da Bahia, denominação que perdura até os dias atuais. A entidade é ligada à Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Antes de 1808, disse César Borges em seu discurso, a Medicina, no Brasil, era realizada de forma improvisada pelos chamados "práticos", em geral barbeiros, sem respaldo técnico-científico. O senador destacou ainda o papel pioneiro da Fameb na realização de pesquisas e estudos sobre Medicina.

- Foi na Fameb que se iniciaram as primeiras pesquisas tropicalistas, psiquiátricas e antropológicas. Foram descobertos novos protozoários e metazoários causadores de doenças que em outros países eram chamadas de moléstias exóticas ou tropicais. Com isso, criou-se uma cultura médica nacional voltada para as necessidades do país - assinalou o senador.

Antonio Carlos Júnior ressaltou que o advento da Fameb, além de ter sido fundamental para o estudo e a prática da Medicina no Brasil, viria marcar o início da independência cultural e científica do país. Disse ainda que o bicentenário da instituição é uma festa que não se restringe à Bahia, tendo em vista que marca o início da educação superior no Brasil.

Para Tião Viana, o simbolismo da Faculdade de Medicina da UFBA "expressa um sentimento de luta de um país pela vida, pela qualidade de vida, pela atenção no combate às doenças e na formação de uma consciência crítica no que é a construção de um modelo de saúde pública atual que venha a refletir o tamanho do Brasil".

O senador pelo PT acreano, no entanto, lamentou a escassez de médicos e enfermeiros nas regiões mais distantes do país, como ocorre na região amazônica e no Nordeste, e a ocorrência de doenças como dengue, malária e tuberculose em pleno século 21.

- Em vez de o Brasil se constituir num alinhamento de formação científica, doutrinária, correta, com concepção científica distinta, este país está formando médicos como se fossem balconistas de um comércio, numa relação entre dinheiro, atendimento e responsabilidade profissional em detrimento da ciência como guia - afirmou.

Para o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), a Fameb é uma instituição de destaque que continua a influir na história do país. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que a instituição é um templo de saber que merece contar com a gratidão de todos os profissionais de Medicina.



25/03/2008

Agência Senado


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