Senado entrega dicionário em braile na Feira do Livro de Porto Alegre
Um pequeno dicionário da língua portuguesa, organizado pelo professor Joaquim Campelo Marques, vice-presidente do Conselho Editorial do Senado, foi a atração dos títulos em braile doados na tarde desta quarta-feira (3) a quatro entidades que prestam apoio a deficientes visuais do Rio Grande do Sul. A solenidade da entrega dos livros impressos na linguagem dos cegos, realizada no estande do Senado na 50a Feira do Livro de Porto Alegre, foi conduzida pelos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS).
Segundo os dois senadores, a idéia do Senado editar um dicionário da língua portuguesa em braile surgiu na versão do ano passado da feira de Porto Alegre. Romeu Toma lembrou que, naquela ocasião, durante a entrega dos títulos, alguns portadores de deficiência visual pleitearam o dicionário e livros didáticos para crianças. Já o senador Zambiasi disse que os gaúchos estão orgulhosos não apenas pela concretização do pedido do dicionário mas, sobretudo, pela obra ter sido entregue pela primeira vez no estado.
Foram beneficiadas com os títulos em braile as associações dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo e de Canoas, a União dos Cegos do Rio Grande do Sul e o Instituto Santa Luzia. Tuma e Zambiasi entregaram o primeiro dos 18 volumes que integram o pequeno dicionário da língua portuguesa, que inclui cerca de 10 mil verbetes. Os livros restantes serão remetidos para cada uma destas entidades via Correios.
Além do dicionário, as quatro entidades também receberam as Constituições federal e do Rio Grande do Sul, os Estatutos da Pessoa Portadora de Deficiência e o da Criança e do Adolescente, a Lei de Doação de Órgãos, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o livro Conselho aos Governantes, a primeira obra literária impressa pelo Senado Federal na linguagem braile.
Santa Luzia
Uma das entidades beneficiadas, o Instituto Santa Luzia, mantém uma escola de educação infantil, fundamental e média para cegos e não cegos. Segundo a diretora da instituição, a irmã Apolônia Selhorst, as turmas de alunos são mistas, reúnem tanto portadores de deficiência visual como os que não têm esse tipo de problema. Do total de 843 alunos matriculados, 40 são deficientes visuais.
Romeu Tuma disse que o presidente do Senado, José Sarney, e a Mesa da Casa, têm apoiado esse trabalho de apoio aos portadores de deficiência visual, sobretudo com a publicação de títulos em braile. Ele informou que o Senado está estudando a possibilidade de modernizar as impressoras em braile.
- Só sinto um pouco de amargura porque o Ministério da Educação e a maioria das secretarias de Educação não dispõe de nada voltado para os deficientes visuais - lamentou Romeu Tuma.
Sérgio Zambiasi disse que a entrega das publicações em braile, sobretudo a do dicionário, é uma forma de inclusão social e cultural. Mesmo considerando louvável a iniciativa do Senado, e manifestando sua torcida para que o exemplo possa ser seguido pelo governo federal e pelos estaduais, Zambiasi reconheceu que muito ainda há que ser feito para os portadores de deficiência visual.
03/11/2004
Agência Senado
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