Senadores elogiam trajetória do empresário João Santos, falecido aos 101 anos
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) comunicou ao Plenário nesta quinta-feira (16) o falecimento do empresário João Pereira Santos, fundador do Grupo João Santos, conglomerado empresarial das áreas sucroalcooleira, de cimento e de comunicação. Durante a sessão deliberativa, os senadores Mão Santa (PMDB-PI), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Renato Casagrande (PSB-ES), José Sarney (PMDB-AP), Heráclito Fortes (DEM-PI), Marco Maciel (DEM-PE) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) também prestaram homenagem ao empresário. Foi aprovado requerimento, assinado por diversos senadores, pedindo voto de pesar pela morte de João Santos.
O empresário faleceu na noite da quarta-feira (15), aos 101 anos, em Recife (PE). Gerson Camata disse que entre as empresas fundadas pelo empresário, nascido na Paraíba, estão a Cimento Nassau - uma das maiores indústrias cimenteiras do país -, jornais, rádios e emissoras de TV.
- Foi um grande industrial, pioneiro na industrialização da região Nordeste - disse o senador, lembrando que o grupo empresarial João Santos também atua há anos no estado do Espírito Santo.
Mão Santa afirmou que João Santos nasceu em outubro de 1907, era formado em Ciências Econômicas e tinha sete filhos.
- Um dos maiores empresários do mundo do cimento e do setor sucroalcooleiro do país - elogiou Mão Santa, lembrando que a cidade de Fronteiras (PI) é sede de umas das indústrias de cimento do Grupo João Santos.
Em seguida, Antônio Carlos Valadares elogiou a trajetória do empresário, ressaltando que ele ajudou a criar milhares de empregos no Nordeste.
Renato Casagrande acrescentou que o Grupo João Santos tem grande importância no Espírito Santo, com uma fábrica de cimento e uma rede de meios de comunicação.
- O líder que faleceu é importante e exerceu seu papel com muita competência, com muito envolvimento com a comunidade e com a sociedade. É uma perda muito grande para nosso país - disse Casagrande.
Já o presidente do Senado, José Sarney, afirmou que João Santos deixa uma obra extraordinária.
- Não podemos nem dizer que é um homem daqueles que surgem uma vez a cada 100 anos, porque João Santos morreu com mais de cem anos. Certamente todos nós do Nordeste temos oportunidade de reverenciar e relembrar a sua passagem e o que ele fez pela nossa região - declarou Sarney.
O presidente disse ainda ter conhecido João Santos em 1952, quando o empresário apenas começava a construir a sua grande indústria. Com o tempo, teve oportunidade de tornar-se amigo do empresário e de sua família. Sarney lembrou também que João Santos passou por grandes sofrimentos na vida, como a morte precoce do filho que seria seu herdeiro, João Santos Filho. Sarney contou ainda que, quando foi presidente da República, nomeou João Santos para o Conselho Monetário Nacional, onde o empresário representou o Nordeste em um órgão que, na opinião do senador, "não era acessível aos nordestinos".
Por sua vez, Flexa Ribeiro lembrou ter convivido com o empresário por vários anos.
- Um menino pobre que chegou a construir um império, com fábricas de cimento em vários estados brasileiros. E na Amazônia, onde os investidores temem aplicar os seus recursos, o empresário João Santos construiu três grandes fábricas de cimento - disse Flexa Ribeiro.
Marco Maciel disse que João Santos foi "sempre fiel à sua terra e ao seu povo" e tinha simpatia notória pela cultura popular nordestina, chegando a patrocinar diversos artistas da região, inclusive o rei do baião, Luiz Gonzaga.
- A industrialização do Nordeste tem uma grande dívida de gratidão a João Santos e ao grupo empresarial por ele criado. Era uma pessoa que amava o trabalho, a família, a nação e a região, com especial destaque a Pernambuco. Para João Santos, empreender no Brasil era ultrapassar muitos obstáculos. Ele enfrentou crises e conseguiu superá-las, pois seu instinto era amar o Brasil e querer vê-lo cada vez mais forte - testemunhou Marco Maciel, para quem o Senado não poderia deixar de manifestar o seu pesar e levar condolências aos filhos e a todos integrantes das várias empresas de João Santos.
Já Heráclito Fortes registrou que João Santos tentou se aposentar quando completou 80 anos, mas não teria se adaptado à ociosidade e retornou ao trabalho.
- Uma perda irreparável para o mundo empresarial nordestino - disse.
16/04/2009
Agência Senado
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