Senadores visitam autoridades da Guiana
A delegação de senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) que realiza missão oficial no Caribe cumpriu intensa agenda de encontros com autoridades da Guiana na segunda-feira (1º).
Os cinco senadores brasileiros foram recebidos pelo presidente do país, Bharrat Jagdeo, pelo presidente da Assembléia Nacional, Hari Ramkanan e pelo primeiro- ministro, Samuel Hinds. Pouco antes de embarcar para o Panamá, os parlamentares encontraram-se ainda com o secretário-geral da Comunidade do Caribe (Caricom), Edwin Carrington.
Participam da comissão, além do presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Virgínio de Carvalho (PSC-SE) e Marco Antônio Costa (DEM-TO), além do embaixador José Marcus Vinicius de Sousa, que representa o Poder Executivo.
Com o presidente Bharrat Jagdeo, os parlamentares acordaram que a CRE realizará audiência reservada com a embaixadora da Guiana no Brasil, Marylin Miles, para tratar das políticas adotadas pela Guiana para preservar suas florestas. Jagdeo defende que florestas preservadas, como são em grande parte as da Guiana, passem a receber também recursos do mercado de troca de carbono.
Bharrat Jagdeo disse à comitiva que vê o Brasil como um parceiro e apóia o pleito de que o país passe a ter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente afirmou ainda que a Guiana deseja participar de todos os movimentos de integração entre países nos quais puder ingressar, incluindo o Mercosul.
O presidente do Parlamento, Hari Ramkanan, elogiou proposta que se encontra em exame no Congresso Nacional brasileiro para a criação do Comitê Parlamentar Brasil-Guiana.
- Um Brasil forte, próspero e democrático é muito importante para a Guiana e para toda a América Central - afirmou Ramkanan.
O primeiro-ministro da Guiana, Samuel Hinds, declarou ser necessário estreitar as relações entre Guiana e Brasil e sugeriu que sejam criados vôos comerciais diretos entre os dois países. Segundo Hinds, para se ir da capital guianense Georgetown ao Rio de Janeiro, por exemplo, é preciso pegar um vôo que passa por Miami.
Samuel Hinds acrescentou que a Guiana pretende também estreitar relacionamento com os países vizinhos, mas teme ser "engolido por esse irmão maior" que é o Brasil. Heráclito Fortes garantiu então que "o irmão é grande, mas pacífico".
Na última visita do dia, o secretário-geral da Comunidade do Caribe, Edwin Carrington, elogiou a posição do Brasil de "sempre cumprir o que promete". Em resposta a questionamento do senador Eduardo Azeredo, afirmou que a cooperação entre o Caricom e o Mercosul é um passo a se considerar no futuro. De acordo com Carrington, a Comunidade do Caribe deve passar a examinar uma proximidade com o Mercosul com mais empenho a partir da segunda metade de 2009.
Ponte
O senador Heráclito Fortes afirmou durante a visita a Assembléia Nacional que a relação Brasil-Guiana está vivendo um momento histórico único, por conta da iminente inauguração da ponte sobre o rio Tacutu - que ligará Bonfim, em Roraima, a Lethem, na Guiana. Na opinião de Heráclito, é necessário aproveitar o momento para estreitar as relações entre os dois países.
O presidente da CRE também externou às autoridades da Guiana sua preocupação com a situação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, cuja demarcação está sendo questionada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A reserva faz fronteira com a Guiana.
O senador Geraldo Mesquita destacou que apóia a criação do grupo parlamentar Brasil-Guiana. Já o senador Marco Antonio Costa acredita que a aproximação entre o Brasil e os países do Caribe é "um exercício do Poder Legislativo na busca da democracia". O senador Eduardo Azeredo, por sua vez, sublinhou a posição pacífica do Brasil na solução de conflitos com outros países e lembrou a necessidade de serem firmados acordos internacionais para promover o combate ao tráfico e o contrabando.
02/09/2008
Agência Senado
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