Sérgio Amaral promete que embaixada será "casa do empresário brasileiro"



O embaixador Sérgio Amaral, aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para o cargo de embaixador do Brasil na França, disse na manhã desta quinta-feira (24) que vai transformar a embaixada na -casa dos empresários brasileiros-. Segundo ele, a embaixada brasileira na França precisa ter foco, definir prioridades e criar um projeto piloto para o comércio exterior.

Ao responder às questões levantadas pelos senadores, o embaixador disse que pretende pôr um especialista em cidades-chave da França, como Marselha, Le Havre e Lyon, em busca de oportunidades de exportação para produtos brasileiros. Ele quer garantir mercados não só para as chamadas commodities, ou produtos primários, como café, mas também para produtos industrializados, processados.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) perguntou sobre o contencioso do Brasil com a França na agricultura, devido ao protecionismo francês e ao excesso de subsídios agrícolas. Sérgio Amaral respondeu que as perspectivas não são ruins, porque a realidade francesa está mudando. Segundo ele, apenas um terço da população francesa vive hoje da agricultura, uma redução considerável, além de que a própria União Européia vem pressionando o país para reduzir o protecionismo, porque não se considera adequado que um país como a França seja o quarto produtor mundial de cereais e carne.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) perguntou se a França pode ter um papel internacional dentro do velho espírito humanista e libertário característico da cultura daquele país. O embaixador respondeu que o mundo não é mais bipolar como no tempo da guerra fria, é muito mais complexo. Apesar disso, os instrumentos criados para garantir a ordem internacional, como as Nações Unidas e os acordos de Bretton Woods, estão sendo sistematicamente ignorados, porque os Estados Unidos só utilizam ou respeitam os organismos que eles mesmos criaram quando lhes convêm. -Há também uma total falta de controle da movimentação predatória de capitais, e um controle exagerado do comércio internacional-, disse.

O senador Hélio Costa (PMDB-MG) disse que é praticamente impossível ao Brasil ter um papel relevante no comércio internacional, porque os países ricos impõem até mesmo barreiras fitossanitárias e controlam o tipo de milho que o frango brasileiro consome, por exemplo, como pretexto protecionista. O embaixador lembrou que há 30 anos o Brasil tenta, mas não consegue, vender frutas no mercado do Japão: os japoneses alegam que há um mosquito que morde as frutas brasileiras e as tornam impróprias para consumo.

Participaram ainda do debate os senadores Lúcia Vânia (PSDB-GO), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Tião Viana (PT-AC), César Borges (PFL-BA), José Agripino (PFL-RN), João Capiberibe (PSB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP), Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e Marcelo Crivella (PL-RJ), que pediu a atenção do provável futuro embaixador na França para o fato de que a Igreja Universal do Reino de Deus não pôde até agora instalar-se no prédio de um antigo e histórico teatro, comprado à vista, por impedimento legal.



24/04/2003

Agência Senado


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