Serra assina escritura de doação de imóvel para Museu Rei Pelé



Com medida, prefeitura de Santos inicia ação para arrecadar recursos para reformar o prédio

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Atualizada às 18h39

Trinta anos depois de ter deixado o futebol, o ex-jogador Pelé terá finalmente um espaço para pendurar suas chuteiras. O local escolhido começa a ganhar forma nesta quarta-feira, 28, com a assinatura pelo governador José Serra da escritura de doação de um prédio em Santos, escolhido não só para abrigar as chuteiras do craque, mas também camisas históricas dos lendários confrontos entre Santos e Corinthians.

“O começo desse museu vai representar um avanço para a história de São Paulo e do Brasil. Não se trata apenas de um museu, esse prédio será um marco na recuperação do centro histórico de Santos”, disse Serra na cerimônia de assinatura do documento.

O espaço, já batizado de Museu Rei Pelé, vai reunir flamenguistas e botafoguenses, santistas e saopaulinos, ponte-pretanos e bugrinos e, acreditem, também os corintianos. Afinal, os torcedores do time de Parque São Jorge são as maiores vítimas dos tempos em que Pelé fazia malabarismos com a bola.

Com a assinatura da escritura, a prefeitura de Santos inicia uma nova etapa a fim de erguer o prédio. O próximo passo será enviar um projeto ao Ministério da Cultura para que a proposta receba recursos da iniciativa privada por meio da lei Rouanet.  Esse processo deve levar dois meses.

O investimento previsto inicialmente para a restauração é de R$ 22 milhões. Os recursos serão captados junto à iniciativa privada pelo ex-jogador nos próximos dois anos, prazo estimado para a conclusão das obras.

Projeto arquitetônico

Paralelo a isso, um projeto arquitetônico da obra foi apresentado. A proposta assinada pelo arquiteto Nei Caudatto prevê perfeita harmonia entre as paredes históricas do Casarão do Valongo, construído em 1865 e que já foi sede da Câmara Municipal (1894-1939) e prefeitura (1907-1939), e a contemporaneidade do seu interior. O projeto contempla a trajetória percorrida pelo Rei Pelé, com referências simbólicas. Do lado de fora, um monumento vem sendo elaborado por Oscar Niemeyer e será incorporado ao complexo do museu.

No edifício, o público poderá reviver bons momentos ao conferir de perto as chuteiras, troféus, e calções usados por Pelé nos jogos das quatro copas disputadas pelo atacante: Suécia 1958, Chile 1962, Inglaterra 1966 e México 1970. Há também uma preciosidade. A camisa do confronto entre Corinthians e Santos em dezembro de 1958, quando os santistas venceram por 6 x 1 com quatro gols de Pelé.

“Era uma das grandes coisas que eu queria na minha vida. Para completar o meu sonho, quero ver o povo brasileiro visitando esse museu, disse o craque. É um prêmio não só para mim, mas para todos os jogadores da seleção que contribuíram para que pudéssemos montar esse acervo”, afirmou Pelé.

O prédio terá três blocos. O central com 550 metros quadrados contará com  espaço para lojas, café e sanitários. O bloco 1 com 1.405 metros quadrados terá área para exposições temporárias, auditório em forma de esfera de 12 metros de diâmetro com cerca de 80 lugares. No terceiro pavimento ficará o setor administrativo do museu. Já o bloco 2 com 1.232 metros quadrados abrigará o acervo do Pelé com objetos pessoais, fotos, filmes, troféus e material impresso.

Patrimônio histórico

A mais recente autorização necessária para criação do Museu Pelé no Casarão do Valongo, no Centro Histórico, foi obtida pela prefeitura com a aprovação do projeto pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) da Secretaria da Cultura. A decisão foi tomada após reunião ordinária do órgão estadual.

Segundo a prefeitura de Santos, a instalação do Museu Pelé no Casarão Valongo já foi autorizada pelo Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos) e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Cleber Mata

(I.P.)



05/28/2008


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