SP começa a discutir uso de rede paulista de dutos



Objetivo é reduzir o custo com transporte de carga e ampliar a participação de outras opções na matriz de transporte estadual

O governador em exercício Alberto Goldman presidiu na manhã desta segunda-feira, 16, reunião com três secretários de Estado com o propósito de discutir o conteúdo do decreto 53.048 publicado pelo Diário Oficial no início deste mês, que regulamentou a criação da rede paulista de dutos. Com o gesto, o governo paulista busca incentivar investimentos da iniciativa privada na rede de dutos, ao mesmo tempo que dá novos rumos para a logística paulista, reduzindo o custo com o transporte de carga e ampliando a participação dos dutos na matriz do transporte estadual.

“Queremos fundamentar neste trabalho uma opção que possa atender os interesses de todos. Temos a necessidade de diminuir o transporte de cargas rodoviárias com novas opções”, observou Goldman. Segundo ele, com a iniciativa, São Paulo diminuirá a emissão de gases lançados na atmosfera, o tráfego de caminhões na Região Metropolitana da capital e criará mais uma opção de logística, além dos sistemas atuais – ferroviário, hidroviário e rodoviário.  Outro benefício é o custo. Estudos iniciais feitos pelos técnicos da secretaria dos Transportes indicaram que o sistema de dutos permite transportar um metro cúbico de álcool combustível por um valor até 50% menor se comparado ao rodoviário.

Após debater o tema, os secretários definiram que a Secretaria de Desenvolvimento encabeçará o plano para a elaboração dos traçados que fortaleçam o desenvolvimento de várias regiões paulistas. O grupo coordenado pelo Desenvolvimento terá técnicos de sete secretarias (Casa Civil, Economia e Planejamento, Fazenda, Meio Ambiente, Saneamento e Energia, Agricultura e Abastecimento e Transportes), além da Procuradoria Geral do Estado. Em seis meses, o plano deverá ser formatado.

O grupo de trabalho terá como missão identificar a origem e o destino de cargas com potencial transporte dutoviário entre 2008 e 2025. A partir daí, o próximo passo é mapear as principais faixas de domínio que possam integrar os pontos de origem com os de destino tais como os portos de Santos e São Sebastião com traçados mais curtos frente aos postos geradores de carga.

Inicialmente, a principal matéria prima que pode ser explorada nos dutos de São Paulo deve ser o etanol. Isso porque mais de dois terços de toda produção brasileira de etanol sai dos canaviais paulistas. “Temos como demanda também o concentrado de laranja que pode ser levado até o Porto de Santos e até mesmo a própria água e o minério”, ilustrou o secretário-adjunto de Desenvolvimento, Luciano de Almeida.

“Discutir a questão dos dutos representa tratarmos de um assunto fundamental para o desenvolvimento do Estado”, frisou o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. O secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes, adiantou que já nomeou um advogado para compor o grupo de trabalho. Já a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, informou que a pasta deve assinar nas próximas semanas um convênio com a ANP (Agência Nacional de Petróleo) que permitirá aumentar a troca de informações entre as duas esferas de governo. “Certamente teremos mais agilidade e isso facilitará a elaboração do plano de implantação de dutos”, comentou Dilma.

Cleber Mata

(I.P.)



06/16/2008


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