Submarino nuclear não terá mísseis nucleares, assegura Jobim



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu que o projeto Submarino Nuclear Brasileiro (NUC) visa apenas à construção de um submarino com propulsão nuclear, destinado à utilização de mísseis convencionais e não de mísseis ou quaisquer outras armas nucleares, o que inclusive é proibido pela Constituição federal. O ministro fala agora sobre o tema em audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), onde faz a defesa do projeto. A construção do submarino, informou, será feita em parceria com a França, país que, ao lado dos Estados Unidos, China e Inglaterra, domina essa tecnologia. A parceria, detalhou, prevê a transferência de tecnologia francesa para o Brasil.

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- O arrasto tecnológico que teremos com esse projeto será surpreendente, pois várias empresas brasileiras, necessárias para a construção do submarino, como as que fabricam mastros, bombas, sistemas hidráulicos, ar comprimido, entre outras, vão experimentar um inquestionável desenvolvimento tecnológico - disse Jobim.

O projeto vai custar ao todo - 6,7 bilhões, o que será pago até o ano de 2026. Esse valor, informou, já inclui prêmios de seguros. Do total, - 4,3 bilhões serão financiados e o restante sairá do Orçamento do país.

Para demonstrar a importância do projeto, o ministro lembrou o episódio da Guerra das Malvinas, em 1982, quando a Marinha inglesa conseguiu intimidar as embarcações argentinas apenas pelo fato de ter sido enviado pela Inglaterra um submarino nuclear, sem ter havido necessidade de qualquer lançamento por parte daquele aparato.

Mesmo ressaltando que o submarino brasileiro não portará armas nucleares, o ministro destacou as vantagens do equipamento em termos de agilidade de deslocamento, devido à propulsão nuclear.

- Nós estamos falando aqui em prover o Brasil de um submarino que possua estratégia de movimento e não apenas de posição. Estamos falando em bloqueio em alto-mar e de dotar nosso país de capacidade dissuasória, reunindo condições para projetar, construir e utilizar umsubmarino nuclear - declarou Jobim.

Ele observou que um projeto dessa monta é necessário quando se considera que o país tem riquezas excepcionais, citando como exemplo as reservas de petróleo na camada pré-sal.

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27/08/2009

Agência Senado


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