SUPLICY APÓIA MANIFESTAÇÕES MAS REPUDIA VIOLÊNCIA
Suplicy assegurou que os atos de violência não constituem diretriz, muito menos recomendação do Partido dos Trabalhadores. Ele esclareceu que o manifestante Ede Paraíso, que jogou um ovo no ministro José Serra, apesar de filiado ao PT, protestava contra a política governamental e garantiu não ter recebido "qualquer orientação do partido".
No ofício, o senador transmite ao governador Mário Covas o descontentamento de entidades, como a CUT, o MST, UNE e pastorais da CNBB, que o procuraram para registrar a forma "violenta e injustificável" com que as autoridades de segurança do estado reprimiram as manifestações, principalmente as ocorridas na Avenida Paulista, que acabaram ferindo 38 pessoas, inclusive jornalistas.
- O procedimento contrasta com o tratamento que tem sido dado pelas mesmas autoridades aos manifestantes por ocasião das comemorações de torcidas de futebol ou das memoráveis manifestações cívicas pelas Diretas Já ou por ética na política - acentua Suplicy.
O senador informou ter visitado nesta segunda-feira (dia 22) o fotógrafo Alessandro Wagner Oliveira Silveira, do jornal Agora São Paulo, internado no Hospital das Clínicas, atingido por um tiro de bala de borracha no olho, e que seria submetido a cirurgia. De acordo Suplicy, o fotógrafo narrou-lhe como foi ferido por um policial militar, manifestando sua surpresa com a rapidez com que o comando policial passou da fase do diálogo com os manifestantes à repressão, com bombas e tiros. " Tudo isso em menos de três minutos", afirmou o senador, acrescentando ter tomado conhecimento que, inclusive, muitos policiais se sentiram "constrangidos em iniciar a ação de repressão".
23/05/2000
Agência Senado
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