SUPLICY DEFENDE CRESCIMENTO DE 7% AO ANO PARA COMBATER DESEMPREGO
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou hoje (12) que se o Brasil não conseguir fazer sua economia crescer a taxas de 7% ao ano, dificilmente vai conseguir multiplicar os empregos. Para o senador, enquanto continuar a armadilha cambial - "a sobrevalorização da moeda que leva o governo a colocar em prática taxas de juros tão altas" - dificilmente esse objetivo vai ser alcançado.
Conforme Suplicy, a crise decorrente da quebra das bolsas de valores na Ásia assolou várias economias emergentes, como a da Rússia e a do Brasil, mas o governo brasileiro não foi eficiente na busca de soluções para amenizar seus efeitos. Ele disse que as bancadas governistas no Legislativo, por orientação do governo, aprovaram um programa de renda mínima extremamente restrito.
Trata-se, segundo o senador, de um programa vinculado à educação e inicialmente destinado aos municípios mais pobres, mas até hoje não regulamentado, o qual, na opinião de Suplicy, é tão limitado que "não teve qualquer efeito prático e nem mesmo está sendo cogitado como uma das medidas contra o desemprego, nas reuniões ministeriais".
Na opinião do senador, em meio ao furacão asiático, o presidente russo Boris Yeltsin esteve à frente de Fernando Henrique. Isso porque na Rússia aprovou-se a Lei Federal do Mínimo Suficiente para a Vida, que estipulou uma renda per capita para as pessoas sem possibilidades de sobrevivência. Suplicy pediu a transcrição nos Anais do Senado dessa lei russa.
Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) disse que as estatísticas viraram, nos últimos três anos, matéria política para esconder a realidade brasileira. O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) disse que não se podem atribuir ao presidente Fernando Henrique Cardoso todos os males da sociedade, como a questão do desemprego, que, hoje, segundo ele, é um fenômeno mundial.
12/03/1998
Agência Senado
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