Suplicy diz que BNDES financia grandes grupos, mas também pequenas e médias empresas



Em discurso nesta quarta-feira (11), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a importância estratégica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Brasil. Ele aproveitou e sugeriu que o presidente da instituição, Luciano Coutinho, seja convidado para fazer uma explanação, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sobre a evolução das operações de empréstimos realizados pelo banco ao longo dos últimos anos, os critérios e as exigências definidas pelo banco e os resultados alcançados.

Suplicy rebateu afirmações da imprensa sobre suposta prioridade que o BNDES daria a empresas como Petrobras, Eletrobrás e grandes construtoras na concessão de empréstimos. De acordo com o senador, que citou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o banco também destinará este ano recursos para o financiamento de pequenas e médias empresas da ordem de mais de R$ 30 bilhões.

Segundo o Ministério da Fazenda, informou Suplicy, a maior parte dos empréstimos do banco no período de 2010 a 2013 será para obras de infraestrutura, principalmente no setor de logística de transporte e no de eventos esportivos (como obras para a Copa do Mundo de 2014). Para o senador, como boa parte dos recursos do BNDES são oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), é de se esperar que a criação de postos de trabalho seja usada como um dos critérios para a aprovação de empréstimos.

Debate

Em aparte, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) disse que doze grandes empresas concentram "uma fatia enorme" dos financiamentos do BNDES, enquanto pequenas e médias empresas acabam preteridas.

- Há uma concentração muito grande. O BNDES deveria ser um banco buscando as médias e pequenas empresas. As grandes empresas têm acesso ao mercado de capitais, as pequenas e médias empresas não têm tanto acesso. Para elas, o BNDES é a única alternativa de financiamento de longo prazo - disse Antonio Carlos Júnior.

Suplicy argumentou que, segundo dados da imprensa, dez grandes grupos econômicos perfazem 23% dos empréstimos do BNDES neste ano, mas lembrou que essa porcentagem já foi maior em anos anteriores: 25% em 1996, 29% em 1997, 32% em 98, 99 e 2000. Entretanto, o senador concordou que o banco deve diversificar e ampliar a concessão de empréstimos para pequenas e médias empresas, para cooperativas e para o estímulo do microcrédito, por exemplo. Acrescentou que isso já vem acontecendo nos últimos anos.

- E, com respeito aos dez maiores grupos econômicos, eles responderam por 21,8% dos desembolsos entre janeiro de 2008 e 2010. Mas com uma participação menor do que a que havia ocorrido anteriormente - frisou. 



11/08/2010

Agência Senado


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