Suplicy nega 'enquadramento' da bancada do PT por Lula e volta a sugerir afastamento de Sarney
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse nesta segunda-feira (6) que, em jantar no Palácio da Alvorada, na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teve "um diálogo" com 11 senadores da bancada do PT e não impôs "um enquadramento" ao partido, como alguns senadores e a imprensa afirmaram.
- Neste diálogo, todos nós pudemos expressar nossas opiniões. O presidente colocou muitas ponderações. Foi um diálogo - eu posso lhes garantir - de quem pondera, reflete - relatou.
Suplicy voltou a sugerir que o presidente do Senado, José Sarney, se licencie do cargo por 30 dias para que possa se defender de forma isenta. O senador disse que essa sugestão foi apresentada por muitos dos senadores do PT na reunião com Lula.
- Acho, sinceramente, mesmo ao ouvir as ponderações do presidente Lula, que esse é o caminho mais adequado para o próprio presidente José Sarney - afirmou.
Suplicy disse ainda que não vê nenhum problema em conviver "respeitosamente, por um tempo", com a oposição no comando do Senado, em caso de afastamento de Sarney. Neste caso, assumiria a presidência o 1º vice-presidente, senador Marconi Perillo (PSDB-GO).
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) disse que compartilha das inquietações de Suplicy, mas assinalou que a crise do Senado tem nuances que precisam ser bem avaliadas, como a saída - definitiva ou temporária - do presidente Sarney. Valter Pereira lembrou que o Senado tem uma administração compartilhada entre "feudos" e não pode ser creditada apenas ao presidente, pois todos os partidos estão representados na Mesa.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que Suplicy teve o direito de, ainda como senador, se defender e dar satisfações ao seu eleitorado no caso das passagens aéreas cedidas a terceiros e comparou o episódio à situação do presidente Sarney. Na sua avaliação, não existem provas contra Sarney e é injusto pedir que ele se afaste ou renuncie.
Regimento Interno
O senador Marco Maciel (DEM-PE) disse, em aparte, que o trabalho inicial de reforma do Regimento Interno já foi concluído e se encontra agora nas mãos do relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que vai apresentar seu voto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Em seguida, a matéria será encaminhada para votação em Plenário, após um prazo para recebimento de emendas.
06/07/2009
Agência Senado
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