Tasso diz que Thomaz Bastos pode estar sendo "cúmplice de um crime"



O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tem de explicar, ainda nesta quinta-feira (28), por que a Polícia Federal (PF) não pediu ajuda ao Banco Central (BC) para identificar a origem do dinheiro usado para a compra de um dossiê que supostamente envolveria o candidato do partido ao governo de São Paulo, José Serra, com a chamada máfia das ambulâncias.

- Isso é um absurdo! Isso é um escândalo e eu acho que o ministro da Justiça tem de responder isso, hoje ainda. Se ele não responder a isso hoje, ele estará claramente dando a demonstração que não está sendo, a seu gosto, republicano; pelo contrário, está sendo cúmplice de um crime. Aconselho ao ministro para que, em nome da biografia dele, tome uma atitude e revele ao país, hoje ainda, o que ele sabe - disse Jereissati, após reunião, no Banco Central, com o presidente da instituição, Henrique Meirelles, na qual foi acompanhado pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI).

Em entrevista à saída do Banco, Tasso atribuiu a Meirelles a informação de que o BC tem condições de traçar todo o caminho percorrido pelo dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê, o que ainda não fora feito por ausência de solicitação da Polícia Federal ou do Ministério da Justiça, uma vez que esses dados são protegidos pelo sigilo bancário.

- Eu considero estranhíssimo que a Polícia Federal não tenha até hoje pedido ajuda ao Banco Central ajuda de informações para solucionar esse caso, o que me leva a crer, inclusive, que a Polícia Federal já sabe e, por alguma razão, está sendo constrangida a não informar. A minha razão é aquestão eleitoral - acusou Jereissati.

O senador pelo Ceará disse ainda que vai conversar com a bancada do partido para avaliar que providências poderão ser tomadas para que o ministro solicite informações do Banco Central.

Nota

Em nota oficial, o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), lembrou que, passados 14 dias da data que a Polícia Federal flagrou pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores com R$ 1,7 milhão, para a compra do suposto dossiê, a origem do dinheiro ainda não foi esclarecida. A liderança questiona se a entrada dos dólares no país é ilegal e se a finalidade à qual se destinava era criminosa.

Também em nota divulgada nesta quarta-feira (27), o Banco Central esclareceu que a instituição não registra o número de série das cédulas utilizadas em operações por instituições autorizadas a operar em câmbio no país em compra e venda de moeda estrangeira. Explica ainda que essas instituições registram a compra e venda de moeda estrangeira em espécie no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), pelo montante de cada operação e com o nome do comprador e do vendedor. Essas informações, diz a nota, são protegidas por sigilo bancário e o acesso a elas depende da autorização de quebra por autoridade competente.



28/09/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


Thomaz Bastos debate segurança com os senadores

Lembo recebe ministro Márcio Thomaz Bastos

Márcio Thomaz Bastos vê interesse em derrubada do governo

Agripino não descarta vinda de Thomaz Bastos ao Senado

Flash: Lembo e Márcio Thomaz Bastos concedem coletiva

No silêncio de Cachoeira, papel de Márcio Thomaz Bastos sobressai