Tecnologia de ponta facilita doação na Fundação Pró-Sangue



Iniciado a partir de 1994, processo de automação alcança a etapa final: as agências transfusionais

Neste ano, a automação atinge sua etapa final na Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, instituição vinculada à Secretaria da Saúde e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A tecnologia, aplicada em praticamente todos os setores desde 1994 e aprimorada continuamente, chega agora às agências transfusionais. São assim chamadas as áreas onde se realiza a prova cruzada – teste de compatibilidade do sangue armazenado nas bolsas com o sangue do receptor (paciente internado que receberá a doação).

A Fundação Pró-Sangue – responsável pela coleta e processamento mensal de aproximadamente 15 mil bolsas de sangue e 43% do sangue consumido na região metropolitana de São Paulo – foi o primeiro hemocentro do País a se informatizar. O processo compreende desde o cadastro dos doadores, passando pela triagem, até o envio do sangue para a distribuição.

Antes da automação, as informações sobre os doadores – resultados de testes para hepatite e outras doenças – eram mantidas em arquivos. O volume de papéis, decorrente da grande quantidade de doadores que passam pela instituição, inviabilizava o acesso imediato a eles. Por isso, a cada nova doação era preciso refazer testes e questionários. Isso gerava gastos redobrados com kits de sorologia, bolsas de sangue e outros materiais. 

Sigilo – A automação garante informações e processos seguros e reduz custos, explica o chefe do Departamento de Informática, Marcelo Nunes Pereira. Outro ganho foi em termos de sigilo das informações. Bolsas e tubos de sangue não trazem o nome do doador – apenas códigos de barras. O acesso a testes sorológicos, por exemplo, é restrito a alguns médicos por meio de senhas.

A maior inovação proporcionada pela tecnologia, segundo Pereira, é a transmissão dos dados dos exames dentro do sistema. “Esse sistema zerou a porcentagem de erros no envio de informações e tornou mais rápido o processo”. Antes, era necessário inserir manualmente as informações, conferi-las e, em caso de erros, repetir tudo. Hoje, a máquina passa os dados diretamente, de maneira correta e instantânea. 

((ENTRA BOXE 1)) 

Triagem e coleta 

Mensalmente, o hemocentro recebe 17 mil candidatos a doador. A primeira parada é no setor de cadastro, em que o interessado, mediante a apresentação de documento oficial com foto, fornece suas informações cadastrais que são armazenadas no sistema e recebe um protocolo. Na pré-triagem, verificam-se peso, pressão arterial e temperatura, além de realizar teste rápido para detectar anemia. A seguir, na triagem, a pessoa responde a uma entrevista confidencial com 50 questões. A finalidade é a sua própria segurança no processo de doação e a do paciente que receberá o sangue. O código de barras do protocolo permite acessar informações de doações efetuadas anteriormente.

Depois da triagem, o interessado tem a oportunidade de manifestar, de forma sigilosa, se apresenta comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis. Mais uma vez, a informatização garante o sigilo: ele passa o código de barras de seu cartão e opta por sim ou não no monitor instalado numa cabine. Se a resposta for afirmativa, fará a doação, o sangue passará por todos os testes e, mesmo que os resultados sejam negativos, a bolsa será descartada. Se a resposta for não, a bolsa só será utilizada se todos os testes sorológicos resultarem negativos. 

((entra boxe 2)) 

((Foto do Leandro)) 

Na sua primeira doação, Leandro de Macedo Piovesan, 24 anos, surpreendeu-se com a entrevista. “É um negócio bem sigiloso, criterioso”. Embora já tivesse pensado em doar, acabou indo ao hemocentro porque a avó de um amigo necessitava de sangue.  

((ENTRA BOXE 3)) 

Doadora de carteirinha 

Terezinha Moreira de Souza, ao contrário, doa sangue espontaneamente há dez anos. Residente na Cidade Ademar, zona sul da capital, sua intenção é integrar o Clube dos Irmãos, que reúne os que somam mais de dez doações voluntárias na Pró-Sangue. Nesse caso, o doador associado recebe carteirinha personalizada que garante atendimento preferencial, foto no site da Pró-Sangue e convites para eventos na instituição. 

SERVIÇO

Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo

Avenida Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 155 – capital

Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas – 1º andar

Telefone (11) 3061-5544

Informações sobre como e onde doar sangue

pelo Disque Pró-Sangue (0800-550300) ou no

site www.prosangue.sp.gov.br

Paulo Henrique Andrade

Da Agência Imprensa Oficial