Tecnologia de ponta garante mais segurança nas estações do Metrô



Centro de Controle para Segurança Pública rastreia as 55 estações por meio de 860 câmeras

Os usuários dispõem de mais segurança nas estações do Metrô. Desde o mês de setembro, o Centro de Controle para Segurança Pública (CCS) da companhia opera em sua plenitude. O sistema, que começou a ser instalado há cerca de um ano, compreende uma sala com recursos tecnológicos de última geração (situada no bairro do Paraíso, capital), que recebe imagens de 860 câmeras (228 digitais) distribuídas pelas 55 estações.

Com a operação do novo centro, foi ampliada a área monitorada das bilheterias, plataformas, locais de acesso e mezaninos de todas as estações. A partir de 2009, os 33 novos trens em fase de compra para as linhas 1 (Azul), 2 (Verde) e 3 (Vermelha) e os 98 das atuais frotas das linhas 1 e 3, a serem modernizados, também contarão com câmeras internas e serão monitorados pelo sistema.

Para José Luiz Bastos, chefe do Departamento de Segurança Operacional do Metrô, o CCS representa uma segurança infinitamente melhor. “Significa nós nos anteciparmos aos problemas que possam ocorrer, intervindo antes”. As câmeras têm capacidade para esquadrinhar uma estação em segundos, fato que pode ser determinante para uma atuação com sucesso. O sistema facilita as ações dos agentes de segurança uniformizados e que os circulam à paisana.

Quando se detecta alguém em atitude suspeita em um dos monitores existentes no CCS, é possível alertar na estação o fiscal de segurança mais próximo. A simples abordagem do suspeito pode inibir roubo, suicídio ou outra ocorrência. Mas o alvo não é apenas esse tipo de situação. O usuário distraído, por exemplo, com possibilidade de ser furtado, também recebe atenção. Quando identifica uma pessoa com esse perfil em seus monitores, o CCS envia mensagem aos agentes da respectiva estação. O usuário então é alertado para cuidados consigo e seus pertences.

Tática é afastar

O monitoramento de segurança não é novidade no Metrô. Na verdade, passou por uma evolução, segundo Bastos. Desde 1974, quando o sistema metroviário entrou em operação, esse acompanhamento existe. Na época, englobava apenas plataformas e mezaninos. Posteriormente, foi estendido a outras áreas. O responsável por esse trabalho até recentemente era o Centro de Controle Operacional (CCO), que ainda existe e fica numa sala próxima do novo sistema.

No CCO, porém, as câmeras eram comuns e em menor número. Além disso, não gravavam as imagens exibidas. Mas monitorava, inclusive, o deslocamento de torcidas de futebol rivais nas estações, adotando alguns procedimentos para evitar o confronto entre elas.

Hoje, esse centro é uma área multidisciplinar, encarregada do monitoramento do usuário (embora de forma mais limitada que o CCS) e do fluxo dos trens, sistema elétrico, entre outras tarefas. O CCS, ao contrário, é dotado de câmeras inteligentes (com zoom e outros recursos). As imagens ficam gravadas por uma semana, o que permite recuperar fatos ocorridos dentro desse período ou, mesmo, algum detalhe recente despercebido por um dos operadores.

Do mesmo modo que os que estão na sala de controle detectam pelos monitores ocorrências nas estações, o contrário também se verifica. Os funcionários que atuam nas estações podem desconfiar de determinada situação e solicitar o seu monitoramento pelo pessoal da sala. Essa tarefa é transferida ao CCS, por exemplo, em casos em que os agentes de segurança, por estarem próximos, inibem a pessoa suspeita de praticar uma irregularidade. A tática então é se afastar, deixando que ela seja monitorada.

Sistema alerta

Apesar da grande quantidade de imagens geradas pelas 860 câmeras, o acompanhamento delas no CCS é feito por amostragem. Além disso, por experiência os funcionários do setor procuram focar o monitoramento nas estações que concentram maior aglomeração de usuários, revela Sady Batista de Azevedo, supervisor de console de segurança.

Sistema similar ao utilizado em shoppings e aeroportos, o CCS custou R$ 4 milhões e está em contínuo aperfeiçoamento. Atualmente, o Metrô prepara softwares de gerenciamento. Trata-se de sistemas acoplados ao de monitoração, mediante os quais se definem situações consideradas indesejáveis ou de risco para o Metrô – por exemplo, a presença de usuários por mais de três minutos numa plataforma de embarque. Quando alguém aparece nessa situação, o sistema alerta o CCS.

Conexão com a PM

Três ambientes compõem o Centro de Controle para Segurança Pública (CCS): console de segurança e salas de edição de imagens e de situação. No console, estão seis monitores pequenos e dois grandes (possibilitando melhor visualização de detalhes), e um computador de controle. Dois operadores de mesa e um supervisor acompanham, em cada turno, a circulação de usuários nas estações. Além do monitoramento, o console de segurança tem um telefone ponto a ponto à disposição do supervisor para contatos recíprocos do Metrô com a Central de Operações da Polícia Militar (Copom).

Na sala de edição, as imagens registradas pelas câmeras podem ser tratadas, para facilitar a identificação de pessoas procuradas ou suspeitas, tornando mais ágil o esclarecimento das ocorrências e fornecendo provas para a ação judicial. Imagens registradas com o rosto de criminosos são impressas em cartazes e, posteriormente, afixadas nas estações e distribuídas nas delegacias de polícia.

A sala de situação é reservada para ocasiões de risco à segurança pública da rede metroviária. Nela, especialistas do Metrô e de outras instituições se reúnem para definir ações táticas para enfrentar o problema.

Paulo Henrique Andrade

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)



12/11/2007


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