Tecnologia: IPT realiza bate-papo sobre Nanotecnologia
Tecnologia pode gerar materiais revolucionários junto com questões ambientais.
Paulo Roberto Martins, pesquisador do IPT e um dos fundadores da Rede Cooperativa de Pesquisa em Nanotecnolgia, Sociedade e Meio Ambiente (Renanosoma), é o entrevistado do Bate-Papo Programado do IPT desta terça-feira, dia 21. O tema a ser tratado é justamente a especialidade da rede: nanotecnologia, sociedade e meio ambiente.
A Renanosoma surgiu em 2003, a partir de uma iniciativa de Paulo para reunir pesquisadores de diversas instituições que, em comum, possuíam o fato de serem, pesquisadores da área de ciências humanas com o objetivo de estudar as relações entre trajetórias tecnológicas, sociedade e meio ambiente. Com o conhecimento dos avanços da nanotecnologia em escala mundial, este grupo de estudiosos descobriu que pesquisas na área já eram desenvolvidas na Europa e nos Estados Unidos, era necessário iniciá-las no Brasil.
“Também nos mobilizou para a constituição da RENANOSOMA o fato de que, no Brasil, naquela ocasião, já existiam 4 redes de pesquisa em nanotecnologia, todas elas ligadas às áreas de exatas e biológicas, nenhuma na área de humanas”, conta o pesquisador.
O Edital CNPQ 13/04 aprovou um projeto de Paulo que tem como proposta estudar os estados de São Paulo e Minas Gerais e o Distrito Federal no que toca às relações entre Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente. Apesar disso, os estudos do grupo ainda estão em seus primeiros passos e, segundo o fundador, têm sido desenvolvidos pelos componentes da Renanosoma em seus locais de trabalho.
“Os avanços das nanotecnologia ainda são pequenos. Digamos que ainda estamos no período da "infância" desta tecnologia. Mas é importante que acompanhemos todo o processo, desde esta infância”, diz. O curto período de tempo da tecnologia já tem ensinado que o tamanho das partículas influencia no comportamento em relação à área de contato, pureza, propriedades elétricas, solubilidade, agregação, condutividade, entre outros. Por esta razão, Paulo acredita que a nanotecnologia deve ser utilizada com cautela, “Não sabemos o que ocorre quando estas nanopartículas entram em contato com o corpo humano e com o meio ambiente”.
Ele explica que a diretriz mais otimista da nanotecnologia aposta no benefício ao meio ambiente com a redução de energia e matéria prima para a realização de mesmos processos e obtenção de mesmos produtos. Já a vertente dos “pessimistas” crêem que fabricar em laboratório novas partículas, é fabricar uma “nova natureza” que pode entrar em colapso em contato com os ecossistemas naturais.
No que tange ao tema sociedade, ele alerta para a possibilidade de exclusão “A Exclusão não é um problema só da nanotecnologia. Este é um problema de qualquer tecnologia. Os governos estão implantando programas de ‘inclusão digital’ como os telecentros. Isto significa que uma parcela ponderável da população não teve acesso à tecnologia digital. E com a nanotecnologia irá ocorrer o mesmo? Teremos os nanoexcluídos? Isto é que precisamos discutir”.
Serviço
Data: Terça-feira, dia 21
Horário: 11 horas
Tema: Nanotecnologia, sociedade e meio ambiente
Paulo Roberto Martins - Pesquisador na Divisão de Economia e Engenharia de Sistemas, do IPT. Sociólogo. Mestrado em desenvolvimento ag
02/20/2006
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