Temporão defende visão integrada das ações de Saúde Pública



Ao expor as diretrizes de sua gestão, durante reunião conjunta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e da sua Subcomissão de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, realizada nesta quarta-feira (9), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que pretende dirigir o trabalho do ministério à elaboração de políticas intersetoriais em que as ações da área estejam integradas com os projetos do governo nos setores de educação, saneamento, habitação e emprego.

Temporão disse que o ministério está voltado para o combate a problemas que atingem a sociedade moderna, como o álcool e o tabaco. Em relação ao fumo, por exemplo, citou que o Brasil é o país que mais reduziu o número de fumantes. No entanto, ressaltou que o álcool continua um problema sério. Ele lembrou os efeitos danosos do fumo para o coração e informou que o ministério prepara uma política ampla de combate e controle do hábito de beber.

Entre as ações do Ministério da Saúde, o ministro também citou os programas de planejamento familiar, que se destinam a ampliar o acesso à informação e aos meios de prevenção da gravidez indesejada, dando aos casais a possibilidade de planejar o tamanho ideal de suas famílias.

Temporão destacou, ainda, a relevância do Programa Saúde da Família, que já atende a 100 milhões de pessoas, usando um contingente de 260 mil agentes de saúde, mas reconheceu que as ações estão chegando lentamente às periferias das grandes cidades.

Em relação aos tratamentos de alta complexidade, o ministro disse considerar adequada a remuneração do SUS para esse tipo de tratamento, mas alertou para o risco de ceder à pressão pelas novidades que surgem a cada dia no mercado, deixando de lado o interesse público. Segundo Temporão, há um equilíbrio delicado entre a atenção básica da saúde e o acesso à alta complexidade dos novos tratamentos.

O ministro também chamou a atenção para dois pontos que considera ineficientes na prestação de saúde: o fato de o primeiro contato entre médico e paciente ser ruim no SUS e o funcionamento da Farmácia Popular - que, em sua opinião, apresenta problemas, talvez,pela falta de normas legais e critérios mais claros de atendimento da população.

Temporão destacou, ainda, sua profunda insatisfação com a ineficiência dos gastos em saúde, afirmando que a solução passa pela integração dos serviços para otimizar as despesas. Para ele, isso se liga à dimensão econômica da saúde, que é enorme, como ressaltou, já que representa um dos maiores gastos do Orçamento da União. São 72 mil locais de atendimento e 2,5 milhões de pessoas empregadas no setor.

Ao concluir sua exposição, Temporão manifestou seu otimismo quanto ao futuro do setor da saúde, lembrando que o Brasil já venceu grandes desafios, como o controle do tabagismo, a implantação do programa de bancos de leite humano, a administração de vacinas em massa, o atendimento adequado aos doentes de Aids e a ampliação dos serviços, com a implantação do Programa de Saúde da Família.



09/05/2007

Agência Senado


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