Tesouro divulga maior número de recompra de títulos da dívida externa desde 2007
A recompra de títulos da dívida pública externa registrou o maior nível desde o início da crise financeira internacional. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a recompra de papéis da dívida externa somou US$ 828,4 milhões em fevereiro, o maior valor desde agosto de 2007.
De acordo com o coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, a recuperação dos indicadores econômicos do Brasil tem ajudado a melhorar a composição da dívida externa, conquistada por meio da recompra de títulos de curto prazo nas mãos dos aplicadores estrangeiros. “Com a confiança na manutenção dos bons indicadores do Brasil, os investidores se sentem mais confiantes para comprar títulos de longo prazo e de se desfazer dos papéis de curto prazo, que vencem entre 2011 e 2015.”
A cada dois meses, o Brasil recompra parte dos títulos da Dívida Pública Federal Externa (DPFE). No ano passado, por causa da crise econômica, as recompras haviam ficado entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões ao longo de 2009.
Para Garrido, tal confiança também se traduz no aumento da participação de investidores estrangeiros na dívida interna, que voltou a bater recorde em fevereiro. No mês passado, os aplicadores internacionais detinham 8,75% da dívida mobiliária (em títulos) interna. Equivalente a R$ 118 bilhões, o percentual é o maior da história e superou o nível registrado em janeiro, quando tinha atingido 8,74% (R$ 114 bilhões).
O coordenador afirmou ainda que o Tesouro conseguiu vender títulos de prazo mais longo no mês passado. Em fevereiro, o governo emitiu títulos prefixados (com juros definidos no lançamento) com vencimento em 2021, iniciando a substituição dos papéis que vencem em 2017. Em relação aos títulos vinculados a índices de preços, papéis que venciam em 2024, 2035 e 2045 começaram a ser trocados por papéis com vencimento em 2030, 2040 e 2050, respectivamente.
Por meio dos títulos públicos, o Tesouro pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o governo se compromete a devolver o dinheiro com prazos juros estabelecidos na negociação com o mercado. Juros mais baixos e prazos maiores são favoráveis ao Tesouro porque facilitam a administração da dívida pública.
Fonte:
13/08/2010 04:48
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