Títulos da dívida de agronegócios poderão ser lançados no mercado



As cooperativas de crédito agrícolas e agroindustriais, as associações de produtores rurais e demais empresas que operam no setor agroindustrial poderão ser autorizadas a emitir títulos da dívida de agronegócios. Essa possibilidade foi aberta pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (30), com a aprovação de parecer favorável, em decisão terminativa, a projeto de lei (PLS 369/03) do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que acolheu emenda apresentada à proposta pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

A iniciativa permitirá aos operadores do agronegócio colocar títulos específicos no mercado nacional, de forma direta ou mediante leilões públicos, negociáveis em bolsas de mercadorias e com opções de resgate tanto em moeda corrente como pela entrega de produtos in natura, neste caso se o investidor for comprador da cadeia de produção. Essa última possibilidade de resgate foi aberta com a aprovação da emenda da CRA, de autoria de Alvaro Dias.

Segundo explicou o relator projeto na CAE, senador Gilberto Goellner (DEM-MT), os recursos oriundos das emissões dos papéis terão por finalidade incrementar o financiamento de expansão da produção, especialmente das cadeias produtivas do setor, melhorar as condições de comercialização e reduzir o custo financeiro das respectivas atividades.

O projeto estabelece ainda que os títulos da dívida de agronegócios terão prazo de resgate de até três anos e serão emitidos na modalidade nominativa, negociável e transferível com endosso. Seu valor nominal será indexado a preços de produtos agropecuários in natura e seu rendimento, definido por deságio sobre o valor de face ou por taxa de juros pré-fixada. Seu resgate poderá se dar pelo valor nominal, no caso de colocação no mercado mediante deságio, ou pelo valor nominal acrescido de juros pré-fixados.

É importante frisar que, na opção de liquidação dos títulos pela entrega de produtos agropecuários in natura, será considerada a média de preços dos respectivos produtos apurada no semestre anterior ao de vencimento dos títulos.

O PLS 369/03 vem, segundo assinalou Gilberto Goellner em seu parecer, driblar a baixa disponibilidade de crédito para o setor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), situação que eleva o custo financeiro dos negócios em geral. Assim, o lançamento de mecanismos creditícios competitivos e destinados a ampliar fontes de financiamento ao setor produtivo vem ajudar a superar esses entraves.



30/06/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Títulos da dívida externa brasileira registram mais de R$ 1 bi no mercado externo

País pode lançar este ano no mercado externo títulos da dívida em real, diz Tesouro Nacional

TROCA DE TÍTULOS DA DÍVIDA TEM PARECER FAVORÁVEL DA CAE

Tesouro Nacional lança títulos da dívida externa

Petrobras confirma captação de US$ 8,5 bi em títulos no mercado internacional

CAE ANALISA TROCA DE TÍTULOS BRASILEIROS NO MERCADO INTERNACIONAL