Tombini: inflação acumulada começará a cair no segundo semestre



Em audiência pública no Congresso Nacional, nesta terça-feira (21), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a garantir que fará o que for necessário para controlar a inflação. Segundo Tombini, apesar dos choques de oferta que contribuíram para o aumento dos índices, a inflação está e continuará sob controle.

- O Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista no próximo ano – afirmou.

A audiência pública foi promovida em conjunto pela Comissões Mista de Orçamento (CMO); de Assuntos Econômicos (CAE) e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado; e pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Durante a audiência, o presidente do Banco Central afirmou que nos meses de maio, junho e julho, a inflação mensal já será menor que a registrada no primeiro trimestre do ano. Além disso, Tombini prevê queda no acumulado dos 12 meses anteriores a partir do segundo semestre. Para ele, é preciso analisar a inflação em um horizonte mais amplo.

- Não é porque a inflação ficou muito alta em um mês que nós temos um descontrole da inflação. Da mesma forma, não é porque a inflação caiu muito num mês que o processo inflacionário está controlado – explicou.

Durante a audiência, Tombini também rebateu críticas que apontam o uso de uma meta extraoficial de inflação. Alguns especialistas acusam o governo de mirar não no centro da meta, de 4,5%, mas no teto, dois pontos percentuais acima.

Selic

O presidente do Banco Central afirmou que o governo persegue, sim, o centro da meta e lembrou que o BC tem explicitado sua preocupação com a inflação desde o início do ano. Para ele, as mensagens do banco determinaram mudanças relevantes nas condições financeiras. Além disso, apontou as ações como os ajustes recentes na taxa básica de juros, a Selic.

Parlamentares como Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Inácio Arruda (PCdoB-CE)  questionaram os benefícios do aumento da taxa. Para Randolfe, a elevação na Selic atinge principalmente os mais pobres. O senador disse acreditar que o aumento na taxa atende pressões do mercado financeiro.

Em resposta, Tombini afirmou que o banco não faz isso por preferência mas como remédio, o qual não se furta de usar quando necessário para controlar a inflação. Além disso, lembrou que, medidas tomadas pelo governo permitiram uma taxa atual muito menor que aquela registrada em anos anteriores no Brasil.

Dados

A participação de Tombini na audiência atende uma determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000), que prevê que o BC deve apresentar ao Congresso, a cada semestre, um relatório com a avaliação do cumprimento dos objetivos e metas de suas políticas monetária, creditícia e cambial.

Durante sua exposição, Tombini afirmou que a economia brasileira cresceu no primeiro semestre de 2013 em ritmo mais intenso que o registrado nos últimos três meses de 2012 e projetou crescimento de 3% em 2013. Para ele, a recuperação tende a se consolidar neste ano.

- Nesse contexto, então, neste ano a recuperação tende a se consolidar, e as perspectivas para os próximos anos indicam a sustentabilidade do processo de recuperação da economia brasileira.

Segundo Tombini, além da atual recuperação do investimento, há perspectivas para uma ampliação nos próximos anos. Como parte do processo, o presidente do BC destacou o programa de concessões de serviços públicos em andamento e os efeitos positivos da melhoria da logística sobre os ânimos do empresariado.

No ambiente internacional, Tombini apontou riscos ainda elevados opara a estabilidade financeira global. Para ele, há avanços em economias maduras em termos de atividade e as economias emergentes têm registrado bom desempenho. Embora a expectativa para este ano seja de atividade global moderada, a tendência, segundo o presidente do banco, é de intensificação da atividade econômica global em 2014.



21/05/2013

Agência Senado


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