Transporte em hidrovias paulistas bate recorde histórico
Volume de cargas transportadas em 2007 cresceu 19% em relação a 2006
O transporte de cargas através do modal hidroviário do Estado de São Paulo registrou um volume recorde no ano passado. Em 2006 foram 3,9 milhões de toneladas e o número saltou para 4,7 milhões em 2007 – um aumento de 19%. “O volume superou nossa expectativa, que era de um crescimento de 10% no período. Pela primeira vez atingimos esse patamar”, celebra o diretor do Departamento Hidroviário do Estado, Oswaldo Rosseto.
Se depender do Governo do Estado, os ventos devem continuem a favor desse meio de transporte no Estado. A fim de garantir a continuidade de expansão do transporte fluvial, o governo estadual previu no Plano Pluri-Anual (PPA) investir até 2010 o montante de R$ 127,7 milhões no setor. Destes, R$ 68 milhões serão destinados a obras de ampliação e proteção dos vãos de navegação das pontes na hidrovia Tietê-Paraná. O objetivo é eliminar gargalos logísticos ao longo do trajeto.
O rol de investimentos prevê ainda estudos e projetos para a implantação de novos trechos, a ampliação e retificação de canais, além de manutenção do sistema. O Estado conta atualmente com 2,4 mil quilômetros de vias fluviais. Estudos apontam que a malha pode se expandir até 4,1 mil quilômetros.
Série histórica
A conquista confirma a tendência de uma série histórica que se mantém positiva desde 1995, quando o volume registrado era de apenas um milhão de toneladas. O principal responsável pelo expressivo crescimento da movimentação de cargas pelos rios paulistas no ano passado foi a exportação do milho, commodity em alta no mercado internacional. De 172 mil toneladas em 2006, o grão foi para 801 mil toneladas no ano passado.
O açúcar foi a grande novidade no rol de produtos em trânsito no modal hidroviário paulista. O produto foi transportado de forma experimental entre São Simão e Anhembi entre 2002 e 2003 e, em seguida, teve suas operações suspensas. Em 2007, ao re-ingressar na hidrovia, o produto contabilizou o movimento de 88 mil toneladas.
“Praticamente todos os produtos tiveram aumento no volume transportado”, afirmou Rosseto. Um dos únicos a apresentar declínio foi a madeira. A redução deve-se ao fato de ter se tratado de um transporte experimental. “Mas há a expectativa de seu retorno ao sistema em vista das grandes produções florestais na região do município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul”, observou Rosseto.
TKU
Para os especialistas em logística, um indicador é ainda mais significativo para expressar o aumento atingido em 2007. Trata-se do TKU, ou seja, a quantidade de toneladas transportadas por quilômetro útil. “Como as demais medidas, quanto mais, melhor. Mas há uma diferença entre transportar uma tonelada por um trecho de um quilômetro e uma tonelada por um trecho de mil quilômetros. Assim, essa medida mostra a produção do transporte em si”, explica Rosseto.
Para se ter uma idéia, em 1995 o transporte hidroviário no Estado registrava 320 milhões de TKUs, ao passo que em 2007 foi atingida a marca de 1,3 bilhões de TKUs. Foi a primeira vez que a hidrovia Tietê-Paraná, a principal via fluvial do Estado, registrou índice superior a 1 bilhão de TKUs – em 2006 foram 922 milhões de toneladas por quilômetro útil.
Manoel Schlindwein
(I.P.)
03/23/2008
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