Transtornos mentais atingem 23 milhões de pessoas no Brasil



No Brasil, 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum atendimento em saúde mental. Desse total, pelo menos 5 milhões (3% da população) sofrem com transtornos mentais graves e persistentes. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar de a política de saúde mental priorizar as doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais prevalentes estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento.


No mundo, os problemas de saúde mental ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse caso, os distúrbios mentais ou comportamentais atingem mais de 400 milhões de pessoas.


Dados da OMS indicam que 62% dos países têm políticas de saúde mental, entre eles o Brasil. No ano passado, o País aplicou R$ 1,4 bilhão em saúde mental.


Fim dos hospitais

Desde a aprovação da chamada Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001), os investimentos visam principalmente substituir o atendimento em hospitais psiquiátricos (principalmente as internações) pelos serviços abertos e de base comunitária.


Em 2002, 75,24% do orçamento federal de saúde mental foram repassados a hospitais psiquiátricos, de um investimento total de R$ 619,2 milhões. Em 2009, o percentual caiu para 32,4%.


Uma das principais metas da reforma é a redução do número de leitos nessas instituições. Até agora, foram fechados 17,5 mil, mas ainda restam 35.426 leitos em hospitais psiquiátricos públicos ou privados em todo o País.


A implementação da rede substitutiva – com a criação dos centros de Atenção Psicossocial (Caps), das residências terapêuticas e a ampliação do número de leitos psiquiátricos em hospitais gerais – tem avançado, mas ainda convive com o antigo modelo manicomial, marcado pelas internações de longa permanência.


O País conta atualmente com 1.513 Caps, mas a distribuição ainda é desigual. O Amazonas, por exemplo, com 3 milhões de habitantes, tem apenas quatro centros. Dos 27 estados, só a Paraíba e Sergipe têm Caps suficientes para atender ao parâmetro de uma unidade para cada 100 mil habitantes.


As residências terapêuticas, segundo dados do Ministério da Saúde referentes a maio deste ano, ainda não foram implantadas em oito unidades federativas: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Rondônia, Roraima e Tocantins.


No Pará, o serviço ainda não está disponível, mas duas unidades estão em fase de implantação. Em todo o País há 564 residências terapêuticas, que abrigam 3.062 moradores.


Fonte:
Agência Brasil


Saiba mais sobre saúde mental no Portal Brasil.



29/06/2010 13:06


Artigos Relacionados


Ipq da USP promove palestra sobre transtornos mentais

Saúde investe R$ 5.5 mi para tratamento de transtornos mentais em SP

Transtornos mentais afetam 27% das crianças que trabalham em semáforos em SP

Saúde: Arte vira arma contra transtornos mentais

Saúde: Arte virá arma contra transtornos mentais

Anvisa: 44% dos remédios controlados vendidos são para transtornos mentais e de comportamento