TUMA RECEBE SOLIDARIEDADE AO NEGAR LIGAÇÃO COM NICOLAU



Senadores de vários partidos prestaram solidariedade nesta quarta-feira ao senador Romeu Tuma (PFL-SP), que, em discurso no Plenário, defendeu-se da acusação de manter amizade com o juiz Nicolau dos Santos Neto, um dos responsáveis pelo desvio de verbas da obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. O senador esclareceu que ao longo de sua carreira na área policial relacionou-se profissionalmente com muitos juízes, já que era responsável pela segurança deles.- Sei muito bem que procuram atingir e destruir quem os combateu, quem ajudou a impedir que continuassem pilhando a sociedade. É exatamente por essa razão que subo a esta tribuna hoje para rebater ataques que tenho sofrido por parte de pessoas que não aceitam perder a certeza da impunidade - disse o senador. Tuma informou que já ingressou com duas ações de indenização por danos materiais contra a revista IstoÉ, que publicou, no último dia 19, matérias vinculando Tuma a Nicolau. Para o senador, a revista foi alimentada por pessoas inconformadas com o andamento que Tuma deu, como corregedor do Senado, ao processo de cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF).Para o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, as ofensas a Tuma atingem a todo os senadores, que confiaram a ele a Corregedoria da Casa.- O senador Tuma tem agido sempre com correção e mostrou coragem ao dar um parecer em matéria que muitos não gostariam de tocar justamente para não enfrentar o que está acontecendo. Estamos crescendo com a nossa atitude e seremos sempre intransigentes com a corrupção - disse Antonio Carlos.Conforme o senador Hugo Napoleão (PFL-PI), Tuma não precisaria subir à tribuna para se defender, uma vez que o Brasil todo reconhece nele o caráter altruísta e o especialista em segurança pública que chegou a chefiar a Polícia Federal. O senador Bernardo Cabral recordou que mesmo nos difíceis tempos da repressão (governos militares), Tuma nunca foi omisso, tendo se notabilizado anos depois como o "xerife" da nação. "Chama o Tuma" era o bordão pelo qual a presteza, a coragem e a eficiência de Tuma eram evocadas durante o período em que esteve à frente da PF, de acordo com testemunho do senador José Agripino Maia (PFL-RN). O senador Edison Lobão (PFL-MA) observou que Tuma tem primado sempre pela honradez e pelo sentimento do dever, atributos que levaram o PFL a procurá-lo para que se filiasse ao partido. Em seguida, o presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen prestou solidariedade a Tuma na condição de amigo e parlamentar. Mesmo apoiando o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o senador Pedro Piva (PSDB-SP) disse não concordar com as acusações a Tuma. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), cuja esposa Marta é adversária de Tuma na eleição municipal, elogiou a honestidade de Tuma e pediu seu apoio à instalação de comissão parlamentar de inquérito destinada a apurar as acusações que pesam hoje sobre Eduardo Jorge, ex-secretário do presidente Fernando Henrique Cardoso.O senador Arlindo Porto (PTB-MG) ressaltou o "compartamento lhano" de Tuma e disse que todo homem público tem que estar preparado para "injustiça e a ingratidão". O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) acredita que a honestidade de Tuma é reconhecida nacionalmente. Ele recordou as acusações infundadas que pesaram por muito tempo sobre o ex-ministro da Saúde, Alceni Guerra. O senador Iris Rezende (PMDB-GO) atribuiu as acusações a Tuma a "uma luta selvagem pelo poder".Para o senador Djalma Bessa (PFL-BA), Tuma é "um livro aberto" para o povo paulista e todos os brasileiros. Já o senador Paulo Souto (PFL-BA), considerou estranho o fato de que as acusações contra Tuma não vieram à tona durante as investigações da CPI do Poder Judiciário. O senador Moreira Mendes defendeu a "reputação ilibada e a simplicidade" de Tuma.

02/08/2000

Agência Senado


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