TV Cultura exibe documentário inédito sobre 40 anos da Fundação Padre Anchieta
Atração irá ao ar na segunda-feira, 10, às 20h
Na próxima segunda-feira, 10, às 20h, o telespectador sintonizado na TV Cultura poderá assistir, por uma hora e meia, o depoimento inédito de grandes personalidades e imagens incríveis, capazes de remontar as quatro décadas da instituição mantenedora da TV Cultura e das Rádios Cultura AM e FM. É o documentário “Fundação Padre Anchieta, 40 anos de Cultura - A história de quem conta história”, dirigido por Laine Milan.
Comandado pelo célebre personagem Garibaldo, ainda em preto e branco, vivido por Laerte Morrone na Vila Sésamo dos anos 70, e pelo Pássaro Amarelo desta nova versão da série, o documentário remonta a história da instituição através da memória de quem fez a FPA acontecer, destacando nomes como Nydia Lícia; Pasquale Cipro Neto; Serginho Groisman; Marcelo Tas; Sr. Monteiro – funcionário mais antigo da instituição; Bia Rosemberg, responsável por vários infantis da emissora; o ex-presidente Roberto Muylaert e o atual Paulo Markun.
Dentre as imagens apresentadas, a reunião da primeira diretoria executiva da FPA; o primeiro programa levado ao ar; o incêndio que destruiu grande parte da emissora, em 1986; a aquisição do Teatro Franco Zampari para gravar programas de auditório; a conquista da antena no Sumaré, em São Paulo, que aumentou o alcance da TV; trechos do “Jovem Urgente”, primeiro programa censurado pela ditadura militar; do “Viola Minha Viola”, atração mais antiga no ar; e de dezenas de outros programas de grande sucesso e repercussão.
O documentário trará, dentre outros, coberturas jornalísticas de momentos que marcaram os rumos do país, como as Diretas Já, o Tropicalismo e o impeachment do presidente Collor; trechos de “Foco na Notícia”, de 71; e “Hora da Notícia”, de 72, lembrado pelo jornalista João Batista de Andrade; depoimento de Fernando Pacheco Jordão, sobre a chegada do jornalista Vladmir
Herzog à emissora, em 1975, sua atuação e morte, tendo se transformado um símbolo da resistência nos anos de chumbo; e Heródoto Barbeiro falando sobre a missão do jornalismo na TV Pública.Entre os programas de entrevistas, “Voz Populi”, série estreada em 77, traz entrevista com o Presidente Lula, então líder metalúrgico; “Panorama”, de 1975, em exclusivo bate-papo com Clarice Lispector; “Ponto de Encontro”, com Gilberto Gil; “MPB Especial”, de Fernando Faro, ainda em preto e branco, com Cartola e Elis Regina, que ficou um tempo fora do ar e voltou colorido com o nome de “Ensaio”; e “Roda Viva”, no ar desde 1986, trazendo importantes nomes que influenciam a agenda pública do país, como Fernando Henrique Cardoso, Ayrton Senna, Tom Jobim, Hugo Chaves, Lima Duarte e Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho.
No campo da dramaturgia, a novela “Meu Pedacinho de Chão”, 1972, de Benedito Ruy Barbosa, que comenta sobre o roteiro com temas de interesse público; “Teatro 2”, lembrado por Antunes Filho e Ademar Guerra; além de trechos de teleteatros como “A Ceia dos Cardeais”, de 1975; “Um Certo Hamlet”, de 1985, comentado por Antônio Abujamra; cenas do “Direções”, produzido em 2007; e do explosivo sucesso “Confissões de Adolescente”, dirigido por Daniel Filho, que discutia a juventude através da dramaturgia.
Para as crianças, um resgate de “Vila Sésamo” dos anos 70, comentado por Laerte Morrone, com depoimentos dele e de Aracy Balabanian e Sônia Braga, que estrelaram a versão; “Bambalalão”, de 1980, ao vivo, que deu início a uma tradição de programas infantis de auditório na TV brasileira; “Cocoricó”, no ar dede 1996; além de “Rá Tim Bum”, lembrado pelo diretor Fernando Meirelles; “Castelo Rá-Tim-Bum”, comentado pela atriz Rosi Campos, que vivia a personagem Morgana; além de “Glub Glub”; “Mundo da Lua” e o DIC (Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV), que deu a TV Cultura, entre 1998 e 2000, o prêmio Emmy, da UNICEF.
O telespectador mais atento aos esportes também lembrará, pelas palavras dos jornalistas Orlando Duarte e Juca Kfouri, que comandou por cinco anos o “Cartão Verde”, no ar desde 1994, das transmissões históricas da TV Cultura neste gênero, como a exibição de modalidades esportivas inéditas na TV; a Taça Davis, em 1971; e o extinto “Vitoria”, de 1986, pioneiro na produção de conteúdo que relacionasse esporte e natureza, destacando esportes alternativos.
Ao cinema, a TV Cultura sempre reservou generoso espaço, e mostrará isso por meio da entrevista com Cacá Diegues, que fala sobre o longa-metragem “Veja Essa Canção”, de 1994; além do “Zoom”, único programa em TV aberta nacional que exibe curtas-metragens; do “Cine Brasil”, que desde 84 exibe relíquias como os filmes de Mazzaropi, da produtora Vera Cruz; e a criação do PIC-TV (Programa de Integração Cinema-Televisão), que possibilitou a realização de mais de 40 longas em parceria com produtoras independentes, dentre eles “Boleiros, era uma vez o futebol”, em 1998, de Ugo Georgetti.
O início das Rádios Cultura AM e FM também são muito bem lembrados por Sérgio Viotti, que acompanhou os primeiros passos da AM e pelo maestro Júlio Medaglia, que fala sobre a essência erudita da FM, que a princípio adotou a mesma programação da AM. Serginho Groisman também lembra de sua estréia na emissora. Ele também fala do programa “Matéria Prima”, de 1990, na TV.
O erudito também aparece no documentário, com produções como a cobertura do “Festival Internacional de Campos do Jordão”, criado nos anos 70; o “Ballet Stagium”, com narração da atriz Eva Wilma, inspirado nas obras de João Guimarães Rosa; e o “Festival Internacional de Jazz”, lembrado pelo diretor artístico Antônio Carlos Rebesco.
Além destes, entram ainda nesse baú comemorativo, as iniciativas e produções de documentários, como “Brasil, esse desconhecido”, de 1971, que retratava a variedade cultural do país e o projeto DOCTV, que até o fim do ano levará ao ar cerca de 96 vídeos; o “Nossa Língua Portuguesa”, de 1994, com Professor Pasquale Cipro Neto; os programas de cultura e comportamento como “Metrópolis”, único diário do gênero em exibição em TV aberta, no ar desde 1986; “Fábrica do Som”, de 1983, que ditou tendências, com apresentações musicais de bandas e artistas como Cazuza, abrindo espaço ao nascente rock paulista; programas experimentais como “Maysa Estudos”, de 75; de meio ambiente, como “Repórter Eco; além de trechos dos programas que formam a atual grade de programação da emissora.
Da RTV Cultura
(I.P.)
12/06/2007
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