Unesp: Semana da África debateu educação e cultura
Data é importante para lembrar os sérios problemas do continente
Educação é a palavra-chave para preservar a cultura africana, de acordo com o cônsul-geral de Cabo Verde no Brasil, Agnaldo Rocha. Ele participou da mesa-redonda Cultura da África, que marcou o lançamento da VIII Semana da África, ocorrido na Câmara Municipal de São Paulo, no último dia 25. O evento, que se estendeu até o dia 27, foi promovido pelo Fórum África, entidade que congrega profissionais, estudantes e associações de africanos estabelecidas em São Paulo, em parceria com o NUPE (Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão).
“Ninguém pode se proteger se não tiver educação. Muito menos construir um País sendo analfabeto”, afirmou Rocha. O cônsul-geral ressaltou a estratégia de enviar jovens universitários caboverdianos para estudar em diversos países, inclusive no Brasil, como forma de modificar o destino do de sua Pátria. “Em São Paulo temos estudantes na USP, na UNESP, e em universidades de outros Estados brasileiros”. Para o cônsul, além da educação, os países africanos devem buscar iniciativas que superem adversidades locais – no caso de Cabo Verde, uma das opções de geração de renda tem sido o turismo.
A mesa-redonda também contou com a participação do cônsul geral da África do Sul, Modiba Isaac Choshane, na ocasião representando Líndewe Zulu, embaixadora daquele País no Brasil, e do historiador Salloma Sallomão Jovino da Silva. A mediação coube ao antrópolgo Dagoberto Fonseca, coordenador do NUPE e docente da Faculdade de Ciências e Letras, campus de Araraquara.
Choshane apontou a necessidade de se conhecer a diversidade do continente africano para melhor entender sua cultura. “Somente na África do Sul há onze línguas oficiais e outras não-oficiais. Lá as culturas são integradas pelas práticas tradicionais”, afirmou. Para Jovino da Silva, no entanto, esta é uma tarefa complicada, pois, na opinião do historiador, as informações sobre a África “chegam em fragmentos, entrecortadas por preconceitos, desconhecimento e racismo.”
O presidente de honra do Fórum África Kabengele Munanga, professor da Universidade de São Paulo, lembrou que no dia 25 de maio foi instituído, em 1963, o Dia da África e criada a Organização da Unidade Africana (OUA). Para o pesquisador, a data deve servir para refletir sobre os problemas que o continente sofreu – como séculos de colonização e tráfico de escravos, por exemplo – e continua sofrendo, como as guerras civis, a pobreza, a fome e a AIDS. “O continente africano nunca teve paz e tranqüilidade para escolher seu destino, diz.”
A programação da VIII Semana da África continuou, ainda, com o debate “O ensino de história da África no Brasil”. No dia 27, no encerramento da Semana, houve um baile e um
05/29/2006
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