USP: Universo feminino é o tema da mostra que o Cinusp exibe com entrada grátis
Sete produções que têm mulheres como protagonistas serão apresentadas, gratuitamente, até o dia 15 de setembro, às 16 e às 19 horas
Estão em cartaz no Cinusp Paulo Emílio, até o dia 15 de setembro, sete filmes que apresentam um pouco do universo feminino, na mostra Cinema Feminino Intimista. Segundo os organizadores, a proposta não é discutir um cinema realizado por ou para mulheres e sim reunir trabalhos que narram trajetórias de mulheres em busca da expressão de sua essência.
A escolha da programação levou em conta o tipo de linguagem dos filmes. Nas obras selecionadas, há a valorização do universo pessoal pela investigação reflexiva. Em O Raio Verde, de Eric Rohmer (1986), essa busca é protagonizada por Delphine, que decide viajar sozinha ao ficar sem companhia em suas férias de verão, e acaba se defrontando, no percurso, consigo mesma.
No filme As Horas, de Stephen Daldry (2002), aspectos do universo psicológico feminino são abordados por meio dos sentimentos de angústia de três protagonistas. Uma delas é a escritora Virgínia Woolf, que luta contra seus demônios internos enquanto escreve Mrs. Dalloway. O livro está presente nas histórias das outras duas mulheres, que têm em comum com a autora o sentimento de agonia.
De forma mais cruel, Professora de Piano, de Michael Haneke (2001), também explora a psicologia feminina, porém os sintomas superam a apatia e a remetem à autoflagelação. O universo destrutivo de Erika Kohut gira em torno do domínio possessivo de sua mãe, de sua posição autoritária como professora de piano no Conservatório de Viena e perambulações por cinemas pornôs e shows.
Dançando no Escuro, de Lars von Trier (2000), é outra história que apresenta angústia latente, mas de origem diferente: o sentimento de culpa de Selma, por ter transmitido a seu filho uma doença genética que o deixará cego, como ela. Para evitar isso, a personagem tcheca emigra para os Estados Unidos, onde há a chance de reversão da doença do menino. A realidade da protagonista alterna a dura batalha do dia-a-dia e o carinho com o filho.
Sentimentos relacionados à maternidade também estão presentes em A Liberdade é Azul, de Krzystof Kieslowski (1993), e Tudo sobre minha Mãe, de Pedro Almodovar (1999). Em ambos, porém, a vida das protagonistas é marcada pela perda do filho e a tentativa de reconstrução das vidas a partir daí. No primeiro, Julie tenta esquecer o passado, condenado pela trágica morte do marido e da filha. Manuela, do filme de Almodovar, procura se reconciliar com a maternidade perdida no contato com as pessoas que a cercam.
A experiência da perda também se revela em Longe do Paraíso, de Todd Haynes (2002), mas com a morte dos conceitos de uma dona-de-casa na década de 50. Repentinamente, ela se vê desafiada por dois tabus da época: a homossexualidade de seu marido e a paixão que sente pelo jardineiro negro. Completa a mostra a palestra da crítica britânica Laura Mulvey, que faz um convite à reflexão sobre o universo feminino e as diversas representações da mulher no cinema. A palestra será no dia 23, às 19 horas.
SERVIÇO
Mostra Cinema Feminino Intimista
Cinusp Paulo Emílio:
Rua do Anfiteatro, 181 - colméia favo 4 - Cidade Universitária
Tels. (11) 3091-3540 e 3091-3152
Entr
08/17/2006
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