Valadares apresenta nova proposta de imposto sobre grandes fortunas




Uma nova proposta de taxação das grandes fortunas brasileiras foi apresentada em Plenário nesta quarta-feira (31) pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Segundo ele, o Brasil ainda está longe de erradicar a desigualdade e promover justiça social, com carga tributária progressiva. O modelo atual, observou, é regressivo: quem ganha mais paga menos e quem ganha menos paga mais.

O parlamentar citou dados de pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicando que os 10% mais pobres da população comprometem 33% de seus ganhos com o pagamento de impostos enquanto os 10% mais ricos consomem 23% de seus rendimentos com essa finalidade.

A pesquisa, informou, aponta que o Brasil continua com uma das mais altas cargas tributárias do mundo, correspondente a 36% do Produto Interno Bruto (PIB). Valadares também criticou a concentração de renda no país, com os 10% mais ricos reunindo 75% da riqueza.

- Temos de trabalhar um novo modelo. Esse não apenas acentua desigualdades sociais em termos de educação, saúde, transporte e segurança, mas semeia revolta na população e consagra a imoralidade tributária - disse.

Valadares avalia que o momento favorece a votação da iniciativa pelo Senado, uma vez que o tema tem merecido destaque internacional em países como Estados Unidos e França, nos quais multimilionários têm solicitado aos governos o pagamento de impostos mais altos. Essa postura se deve ao receio de revoltas populares, observou o parlamentar.

O senador mencionou que esse tipo de tributação foi implantado na França em 1982, extinto em 1987 e recriado em 1989. Naquele país, a arrecadação anual é de 4,5 bilhões euros. No Brasil, comparou, cálculos apontam para recolhimento entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões em impostos.



31/08/2011

Agência Senado


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