Valadares critica governo por desrespeito a acordo firmado sobre PEC da saúde
Por determinação do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e do ministro da Fazenda, Pedro Malan, segundo o senador, a Advocacia Geral da União (AGU) elaborou parecer jurídico para respaldar a decisão de descumprir o acordo e determinar que os recursos previstos para a área de saúde nos orçamentos de 2000 até 2004 serão revistos de acordo com a variação do PIB, mas tomando como base o que foi empenhado em 1999.
A decisão do governo é "estarrecedora", disse Valadares, porque haverá redução drástica dos investimentos em saúde, com perdas de R$ 1,1 bilhão em 2001, R$ 1,2 bilhão em 2002, R$ 1,3 bilhão em 2003, e R$ 1,4 bilhão em 2004.
- Isso significa uma medida contra a Constituição e que traduz que esse governo não tem compromisso com o social e muito menos com a palavra empenhada, pois quando se empenha a palavra, ela tem que ser respeitada. Nesse país, infelizmente, até o presidente da República se esquece de que empenhou sua palavra - enfatizou o senador.
Valadares lembrou que, enquanto o governo faz cortes nos investimentos em saúde, doenças endêmicas como a tuberculose e a dengue se alastram pelo país. Ele observou que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e a população mais pobre serão os diretamente atingidos pela escassez de recursos.
- Quero registrar aqui o meu protesto mais veemente diante desta absurda decisão do governo e dizer que estamos solidários com o povo que precisa de recursos para o atendimento de suas necessidades básicas no setor de saúde - frisou o parlamentar.
Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) solidarizou-se com o protesto de Valadares e lembrou que o senador por Sergipe foi um dos que mais se esforçaram, à época, para a aprovação da PEC da Saúde. Segundo disse, até 2004 as perdas para o setor poderão chegar a R$ 6 bilhões.
26/06/2001
Agência Senado
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