Valadares protesta contra ausência de senadores da base do governo em Plenário
Vice-líder do governo, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) criticou, nesta quarta-feira (26), a ausência em Plenário dos parlamentares da base governista. O senador disse que embora a oposição tenha anunciado que iria obstruir as votações, só se via em Plenário o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do DEM, José Agripino (RN), quando a ordem do dia estava prestes a começar.
- Quem não está aqui é o governo. Apenas eu estou aqui. Sou vice-líder do governo e líder do PSB, mas estou querendo que meus companheiros estejam aqui comigo - disse o senador.
Valadares perguntou onde estavam o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP); e a líder do governo no Congresso, Ideli (Salvatti, PT-SC).
- Estou me sentindo sozinho na base do governo, enfrentando o fato - e a opinião pública está tomando conhecimento - de que não estamos fazendo aquilo que é específico: votar todas as matérias constantes da pauta - disse o senador.
Valadares afirmou que o Senado atualmente "legisla por exceção", já que para ele a regra, na Casa, é não legislar. Em sua opinião, apenas votando as matérias em pauta é que se poderá fazer com que a Casa deixe de ser "um ambiente de desarmonia, de alimentação de vaidades".
O parlamentar disse que a cobrança é grande quando vai a seu estado, não somente quanto ao andamento da reforma administrativa do Senado, mas também quanto à posição dos senadores que estão sendo objetos de investigação e, sobretudo, quanto à votação de matérias. Informou que foi procurado por funcionários que trabalham em regime de periculosidade, pedindo a votação de projeto sobre o assunto que tramita na Casa em regime de urgência.
- Quero dizer que estou pronto pra votar. Se o governo tem maioria, por que, então, a sessão deliberativa não acontece? - indagou, cobrando uma explicação ao líder do governo, senador Romero Jucá, que acabara de entrar em Plenário.
Romero Jucá disse que não recebia o pronunciamento de Valadares como reclamação, mas como um pleito. O líder do governo afirmou que foram votadas 11 matérias no dia anterior e que, nesta quarta-feira, outras quatro indicações de autoridades iriam a voto. Jucá afirmou ainda que estava trabalhando "na construção de uma agenda de votações" para a próxima semana.
Citou, entre as matérias que podem ser votadas, a proposta que limita os gastos com pessoal na administração pública; a que estabelece novas regras para o divórcio; a que permite o aumento de capital das empresas de aviação brasileiras; e a nova lei das licitações. Lembrou ainda que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras está se reunindo e pediu ao senador Heráclito Fortes (DEM-PI) que designe o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) como relator da CPI que investiga as Organizações Não Governamentais (ONGs). A CPI é presidida por Heráclito.
Ao pedir a palavra, o líder do DEM afirmou que a oposição era, realmente, maioria em Plenário, naquele momento, e afirmou que o senador Heráclito Fortes irá cumprir o acordo com a situação. O acordo previa a indicação de Inácio Arruda para a relatoria da CPI das ONGs em troca do funcionamento da CPI da Petrobras. O líder do PT também pediu a palavra e ressaltou que o Senado tem votado as proposições em pauta e reforçou o pedido para que Inácio Arruda assuma a relatoria da CPI das ONGs.
26/08/2009
Agência Senado
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