Valter Pereira alerta para a necessidade de o Brasil se preparar para catástrofes naturais
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) alertou nesta terça-feira (16) para a necessidade de o Brasil aprender a gerir riscos, em vez de atuar a posteriori, diante de catástrofes naturais como inundações, vendavais e escorregamentos, que acarretam a perda de muitas vidas humanas e prejuízos materiais de grandes proporções.
O parlamentar fez o alerta tendo em vista os terremotos que abalaram o Haiti e o Chile, causando a morte de 230 mil pessoas e deixando cerca de 300 mil feridas no país caribenho, e matando 450 pessoas e deixando 500 feridas neste último.
- E o Brasil? Nosso país está preparado para enfrentar desastres naturais? Embora não sejamos vítimas de terremotos nem de ciclones, o Brasil tem, sim, suas catástrofes naturais. Bons exemplos são os acontecimentos recentes na capital paulista e em Santa Catarina - questionou.
O parlamentar citou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontam 150 desastres no Brasil entre 1900 e 2006, sendo que 84% foram registrados a partir da década de 1970, com 8.183 vítimas fatais e um prejuízo estimado em US$ 10 bilhões. Ele destacou que mais de 80% dos casos devem-se a instabilidades atmosféricas severas, principalmente inundações, vendavais e deslizamentos.
Segundo o senador, só recentemente o Brasil começou a desenvolver políticas para lidar com esse problema, porém alguns especialistas discordam das estratégias governamentais adotadas.
O parlamentar citou o doutorando em geografia pela Universidade Estadual Paulista, Lutiane de Almeida, segundo o qual o Brasil costuma atuar somente após os desastres naturais ocorrerem, com graves prejuízos humanos e materiais. O especialista defende que se utilize a chamada gestão de risco, que só começou a ser empregada no país há cinco anos. Esse método de ação preconiza que se atue na prevenção, proteção e previsão da ocorrência de catástrofes naturais a fim de minimizar seus prejuízos.
É o que fez o Chile, disse o senador, que enfatizou o fato daquele país ter o maior número de sismólogos do mundo e possuir um fundo soberano que, tão logo ocorreu o terremoto, liberou US$ 18 bilhões para as medidas necessárias e chegou inicialmente a recusar ajuda externa, situação completamente diversa da do Haiti que agora depende totalmente da comunidade internacional para reconstruir o país.
16/03/2010
Agência Senado
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