Vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa destacam dedicação dos professores



Após meses de preparo, entre seletivas municipais, estaduais e oficinas regionais, chegou ao fim a terceira edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. Este ano, mais de três milhões de estudantes do quinto ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio participaram, além de quase 100 mil professores em 40 mil escolas da rede pública brasileira. 

A cerimônia de encerramento foi realizada nessa segunda-feira (10), em Brasília. Dos 152 finalistas, nas categorias poema, crônica, artigos de opinião e memórias literárias, 20 levaram a medalha — cinco de cada gênero. O tema deste ano foi O Lugar onde Vivo.

Temas

Os textos dos premiados envolve uma gama de assuntos, desde temas mais sérios, como preservação ambiental e prostituição, até abordagens com humor. De Douradoquara, Minas Gerais, Roberta Oliveira Morim, 14 anos, optou por contar uma história divertida. Seus pais, sentados na plateia, choraram ao vê-la receber medalha na categoria crônica. A estudante do nono ano escreveu sobre os zurros matinais de um jumento da sua cidade. Após a medalha, Roberta espera servir de exemplo aos colegas de turma. “Eu não imaginava, mas se consegui, eles podem conseguir também”, afirmou.

Patrícia Vieira de Queiroga, 16 anos, também acredita que sua conquista estimulará os demais alunos. Vencedora na categoria artigo de opinião, ela escreveu sobre a preservação de uma chaminé em antiga fábrica na cidade de Pombal, na Paraíba. “Defendi a preservação da memória”, disse a estudante do segundo ano do ensino médio. “Não podemos esquecer nosso passado e precisamos valorizar nossa cultura.”

Com os versos “O sertanejo anseia/ Uma visita em nossa terra, Faz as honras da casa/ E ansioso espera/ São José intercede/ E o povo reza” do poema Ô de Casa?!, o aluno Henrique Douglas, de 12 anos, do município de José da Penha (RN), ganhou um dos prêmios da Olimpíada de Língua Portuguesa. O estudante contou como é ser o filho de um vaqueiro e viver no sertão nordestino.

A professora de Henrique também comemorou a vitória na premiação. Simone Bispo foi finalista nas duas edições anteriores, com medalhas de bronze e prata. Segundo ela, é no resultado positivo da competição que encontra forças para driblar os obstáculos da profissão. “É difícil. Algumas pessoas não acreditam no desempenho das crianças e alguns alunos não querem estudar. É preciso ter muita persistência e compromisso com a leitura e a escrita”, diz Simone.