Venezuela vai honrar contratos com o Brasil após expropriação de empresa



Os empresários brasileiros que fornecem máquinas e implementos agrícolas para a importadora venezuelana Agroisleña — expropriada no dia 4 pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez —  não sofrerão prejuízos em razão da interrupção abrupta das negociações que vinham mantendo com a diretoria da empresa. Depois de expropriada, a importadora passou a ser denominada Agropatria.

A garantia de manutenção dos contratos foi dada aos empresários pelo embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Avelaiz, em encontro na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Encarregado de intermediar o contato dos empresários com o governo de Hugo Chávez, Avelaiz deverá entregar, na semana que vem, um documento do setor ao ministro da Agricultura da Venezuela, Juan Carlos Loyo, relatando as pendências que precisam ser resolvidas. Entre elas estão o recebimento de mercadorias retidas no porto, dívidas, encomendas de máquinas que estavam em produção, entre outros acertos.

“Existe uma preocupação legítima dos empresários brasileiros sobre a decisão de expropriação, mas vamos ter uma melhoria nessas relações [comerciais] porque a área agrícola da Venezuela está em expansão e, diante disso, além de manter os compromissos assumidos [pelos ex-donos] da agroindústria, haverá uma ampliação das negociações com o Brasil”, garantiu o embaixador.

De acordo com o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, a Venezuela é o quinto maior cliente do Brasil no setor de máquinas e equipamentos, incluindo produtos destinados a instalações petrolíferas. Só o segmento de máquinas e implementos agrícolas faturou entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões por ano, nos últimos três anos.

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri, informou que os empresários “estavam preocupados, porque ainda não há muita definição sobre como os negócios que já estão feitos e os que serão feitos iriam ser concretizados”. 

Ele confirmou que “os problemas atuais vão ser solucionados e que deverá haver um encontro da nova diretoria [da empresa venezuelana estatizada] com os fabricantes brasileiros”.


Fonte:
Agência Brasil



18/10/2010 12:20


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