Vieira da Cunha apresenta relatório final na quarta







Vieira da Cunha apresenta relatório final na quarta
Na quarta-feira, as 9h, o relator da CPI da Segurança, deputado Vieira da Cunha encerra o suspense existente em torno do seu relatório final que, no mínimo, vai denunciar ao Ministério Público o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, e outros dirigentes da entidade por estelionato e tráfico de influência.

Lutando para reduzir os desgastes surgidos após depoimentos que relacionaram as irregularidades do Clube ao PT, na sexta-feira milhares de petistas participaram de um ato de desagravo ao governador Olívio Dutra e ao governo do Estado, que contou com as presenças do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente nacional da legenda, deputado José Dirceu.

O relator da comissão, deputado, Vieira da Cunha (PDT), passou o final de semana trabalhando sobre as conclusões das investigações e promete revelar na quarta-feira as provas da conexão entre o escândalo do jogo do bicho e as autoridades do governo Olívio Dutra (PT). "Há várias denúncias que estão atingindo pessoas que participam do núcleo de poder do Estado. Quem são essas pessoas meu relatório revelará", afirmou Vieira.

O nome de Olívio foi envolvido no "carteiraço" que Diógenes deu no ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino para pedir que o jogo do bicho não fosse reprimido, mas o governador foi isentado de responsabilidade pelo episódio. Mesmo sem enquadrar o governador por nenhum crime, o relatório deverá apontar contradições e suspeitas sobre a cúpula estadual. Os fatos que faltam apurar servirão de justificativa para a instalação de um novo inquérito que a oposição já batizou de CPI da Corrupção. "Esse relatório já estava definido antes de a CPI começar.


Zülke afirma que se trata de sentença sem provas
Será uma sentença contra o PT e o governo sem indícios e sem provas", disse o deputado petista Ronaldo Zülke. O parlamentar é um dos que mais críticas tem feito à atuação do relator e o acusa de ter recebido doações de bicheiros e pessoas ligadas ao jogo em sua campanha eleitoral. Na ofensiva contra a CPI, os petistas também distribuíram uma entrevista na qual o presidente da comissão, Valdir Andres, considera o jogo do bicho "inocente". Na posse do novo diretório estadual do PT, os líderes do partido evitaram qualquer debate sobre o caso devido às polêmicas internas. Apenas Olívio prometeu, em seu discurso, processar quem o caluniou.

Marcado por discussões, discursos e claques, o depoimento do secretário de Justiça e Segurança, José Paulo Bisol, na sexta-feira foi o mais duro ataque à CPI que investiga as supostas relações do PT com o jogo do bicho. "Se é para levantar suspeitas, eu levanto suspeitas sobre qualquer um de vocês", disse Bisol aos deputados, acusando a CPI de "injusta" e "imoral" e de se utilizar de "pequenas ambigüidades" para atingir a honra do governador. "Não se acanalhem."

Bisol acusou a CPI de fazer "guerra ideológica" contra o PT e comparou Olívio ao senador Pedro Simon (PMDB), ao ex-governador Leonel Brizola e ao pai do relator, Vieira da Cunha, os quais considerava homens de honra, acima de qualquer suspeita. "Respeitem o governador. Chega de baixaria", pediu o secretário. "Renovem a CPI, investiguem o Clube de Seguros da Cidadania (entidade que recolheu doações para o PT), mas deixem em paz um homem que merece respeito."


FHC lança pré-candidatura de Aécio Neves
O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou ontem, de forma sutil, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), como mais um pré-candidato de seu partido a sucedê-lo. O sinal do presidente ficou claro quando explicou porque convidou Aécio a acompanhá-lo na visita ao presidente George W. Bush, quinta-feira, e à abertura da Assembléia-Geral da ONU no sábado. Disse que sua presença imprimia um caráter de coesão entre o Legislativo e o Executivo em relação à estratégia do País de inserção mundial e aos seus apelos por uma globalização mais solidária e democrática.

O presidente admitiu ainda que fez questão de apresentar Aécio a vários chefes de Estado com quem se encontrou ontem, no prédio da ONU. A inclusão do deputado entre os pré-candidatos do PSDB ocorre dois dias depois de Fernando Henrique ter pedido a Aécio que interviesse na disputa entre os dois principais concorrentes, o ministro da Saúde, José Serra, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati, para evitar o racha do partido.


Nova executiva estadual toma posse
Em meio as farpas lançadas pela oposição ao governo, o PT deu posse, no sábado, à nova Executiva Estadual, gestão que se estende pelos próximos três anos. Ao ser empossado como presidente, David Stival recebe o PT com a missão de reduzir o impacto das denúncias feitas à sigla pela CPI da Segurança, onde testemunhas vincularam o partido com a contravenção.

No ato de posse, ocorrido no Colégio Rosário, o governador Olívio Dutra reafirmou a sua disposição de buscar na Justiça a reparação para os danos causados à imagem do governo. Olívio foi ovacionado pela pelos presentes ao encontro. O prefeito Tarso Genro, fez críticas à CPI e defendeu o direito de defesa ao presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, para embasar a decisão da Comissão de Ética do PT.


Artigos

Concorrência na indústria de bebidas
Jorge Fantinel

A indústria de refrigerantes cresceu de maneira estrondosa nos últimos anos. Este crescimento fez com que o Brasil passasse de 5º para 3º maior mercado consumidor de bebidas dentro do cenário mundial. No entanto, este crescimento se deu de maneira desordenada e sem critérios. Pode-se dizer que a proliferação das tubaínas ocorreu baseada em três situações: o uso de embalagens descartáveis (garrafas PET), na sonegação de impostos e devido à explosão de consumo gerada pelo Plano Real, a partir de 1996. Após a euforia do Plano Real, que durou até o início de 1999, verificou-se uma estagnação no consumo de bebidas. Até o momento, já começamos a observar o fechamento de várias unidades produtivas, que não conseguem vencer os problemas gerados pela retração de consumo, influência do aumento do dólar nas garrafas descartáveis e pela grande concorrência. Já não é mais possível repassar os aumentos ao consumidor, uma vez que a concorrência, literalmente, "queima" seus produtos. Por outro lado, os grandes conseguem manter seus ganhos em função da estrutura profissional e investimentos em suas plantas, otimizando seus custos de operação, além de um planejamento tributário invejável. Como ser competitivo num cenário recessivo?

Adotando uma postura profissional perante o negócio e buscando qualificação, esta é a saída. As empresas pequenas levam grandes vantagens em agilidade perante as grandes, porém o que poderia ser um diferencial determinante num mercado tão dinâmico parece não ser observado, devido a falta de criatividade para encarar os gigantes.

Ludibriar o consumidor ou a fiscalização adulterando produtos e sonegando tem sido a rotina, mas acaba criando um contexto insustentável para a própria empresa. Em tempos de recessão, o foco muda. Já não é mais suficiente só colocar o produto na prateleira a preços baixos quando o consumidor escolhe mais do que preço e compra menos com o pouco que tem. A expectativa é que a atual crise no segmento depure o potencial produtivo de refrigerantes. Entretanto, esperamos mais do que uma simples depuração. Esperamos uma mudança de cultura nas cabeças de quem produz este tipo de alimento. Afinal, ingerimos muito mais líquidos do que sólidos, e ainda, cada vez mais sob forma de refrigerantes. Os mais competentes e com condições de cativarem os clientes com um bom produto, certamente acabar


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