Vieira da Cunha diz que presença da BM na Febem mostra carência na instituição



O relator da CPI da Segurança Pública, deputado Vieira da Cunha (PDT), afirmou hoje (dia 13) que a presença da BM na Febem demonstra a carência da instituição para atender suas finalidades com recursos próprios. A presença dos policiais foi confirmada pela presidente da Febem, Ana Paula Mota Costa, em seu depoimento à CPI da Segurança Pública, quando informou que a BM atua desde outubro de 99 no Centro Jovem Adulto (CJA), que abriga 60 internos de 18 a 21 anos. Conforme Ana Paula, 70 policiais militares atuam na CJA, além de 28 servidores do próprio quadro funcional. Adiantou que um dos projetos do planejamento estratégico da instituição é a saída gradual da Brigada Militar, conjuntamente com a extinção do CJA. Para Vieira da Cunha, essa é uma tarefa que a instituição tem repassado à BM, que assim deixa de atender a população do Rio Grande do Sul com o policiamento ostensivo de 70 brigadianos que estão em evidente desvio de função. " A medida se justificaria temporária e extraordinariamente , o que não é o caso, já que a presença da BM no CJA vai completar dois anos, tempo suficiente para o recrutamento e treinamento de pessoal próprio especializado da Febem para o exercício de tais funções", disse o relator. O coronel Roberto Ludwig, ex-comandante da Brigada Militar no governo Olívio Dutra , que também prestou depoimento à CPI, disse que desde 1995 se preparava para assumir o comando da corporação à convite do PT. Nomeado em 1º de janeiro e exonerado em 04 de maio de 2000, Ludwig atribui sua saída a "divergências conceituais" com o secretário de Justiça e Segurança, José Paulo Bisol. Confirmou seu depoimento na Justiça Militar onde denuncia que houve ingerências da SJS no Comando da BM, inclusive em nomeações para cargos ligados à área da segurança. Ludwig revelou aos deputados que foram poucas as reuniões de cúpula da área de segurança com o secretário José Paulo Bisol, mas atribuiu esse aspecto a uma "questão de estilo". Sobre a destruição do relógio dos 500 anos, o coronel não se manifestou alegando que o processo militar está em andamento, reafirmando que cumpriu sua obrigação de abrir o inquérito para apurar o episódio. Reiterou, no entanto, que desde que assumira o comando e até esse momento a BM não havia registrado conflitos dessa natureza e que vinha agindo no sentido de cumprir a lei e respeitar os movimentos sociais. Quanto ao efetivo da BM, que era de 25 mil homens quando assumiu, disse que durante os 16 meses em que ocupou o cargo não houve alteração, porque o governo enfrentava dificuldades financeiras. O coronel elogiou as últimas medidas do atual governo que concederam 222% de risco de vida e horas extras para a área da segurança. Para o relator da CPI, o depoimento deixou evidenciado um processo de fritura política do ex-comandante pela cúpula da Secretaria de Segurança. " Se trabalhando juntos e integrados, a tarefa de dar segurança à população já e complexa, quando secretário, comandante da Brigada e chefe de Polícia não se entendem, como ocorreu durante um ano e quatro meses no Governo Olívio, o resultado não poderia ser outro: a pasta tornou-se inadministrável, com sérios prejuízos à comunidade", criticou Vieira da Cunha.

08/13/2001


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