Zambiasi cobra políticas de planejamento familiar
O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), em discurso nesta sexta-feira (19), fez uma homenagem às mães brasileiras pelo seu dia, comemorado no último domingo (14), em especial às adolescentes na faixa etária entre 15 e 19 anos. O senador disse que esse segmento populacional abrange cerca de 800 mil mulheres que se tornam mães precoces porque as famílias de baixa renda no Brasil não têm acesso ao planejamento familiar. Daí decorrem, acrescentou, sérias mazelas sociais que geram quadros de degradação social e de aumento da violência.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam, segundo o senador, a existência de 47 milhões de mulheres em idade fértil naquela faixa etária, mais um indicativo, na opinião de Zambiasi, da urgência da adoção de políticas que envolvam diversos setores da sociedade civil, além do governo, para diminuir "o quadro dramático de mães precoces relegadas ao abandono".
- Essas jovens adentram o mundo do adulto com toda a dureza, não podem brincar com bonecas, pois têm de cuidar de outra criança. Perguntemos a uma menina de treze anos se sua gravidez foi desejada e ouso responder o que todos já sabem, não optou livremente pela gravidez, não exerceu direito algum ao assumir sua barriga, assim como, muitas vezes, sua própria mãe, tia ou amiga - disse Zambiasi.
O parlamentar gaúcho acrescentou que, em sua maioria, as mães adolescentes são muito pobres e de modo geral, renegadas pela família. Também o pai da criança comumente não está preparado para assumir a paternidade responsável, no que tem o aval de uma sociedade ainda machista, que acaba por delegar à mulher, quase uma criança, toda a responsabilidade.
- O Brasil não pode comemorar o Dia das Mães sem que essas mães sejam lembradas ecuidadas para que essa tragédia social não se perpetue - destacou o senador.
Zambiasi considera urgente a adoção de políticas de planejamento familiar que minimizem o número de mortes no parto - uma a cada 48 partos no Brasil. Sugeriu a inclusão da disciplina Educação Sexual na grade curricular das escolas, mas com conteúdos e metodologia adequados.
Na avaliação do senador, políticas sociais voltadas para mulheres chefes de família são fundamentais para a construção de uma "sociedade fraterna e democrática", capaz de derrubar barreiras estruturais de desigualdade social.
Zambiasi registrou ainda dados do IBGE segundo os quais houve redução acentuada na taxa de natalidade nas décadas de 80 e 90, em todas as classes sociais. No entanto, explicou, ainda permanece uma diferença expressiva entre os índices de fecundidade das mulheres mais pobres, que hoje têm, em média, 4 filhos, e as de maior poder aquisitivo, que têm 1,6 filhos. As estatísticas mostram ainda, segundo Zambiasi, que cada vez mais o índice de fecundidade concentra-se no grupo de mulheres entre 15 e 19 anos.
19/05/2006
Agência Senado
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