1º DE MAIO/Disparidades de renda no país são injustas e afrontosas, diz Zambiasi



Há 116 anos, as jornadas de Chicago culminaram em enfrentamento entre trabalhadores e policiais, que resultaram em mártires da luta pela promoção da dignidade humana. Relembrando estes fatos, que marcaram o 1º de Maio como o Dia do Trabalho, o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Sérgio Zambiasi, deu início ao seu pronunciamento, na sessão solene de hoje à tarde, em homenagem aos trabalhadores. Zambiasi ressaltou que “apesar de transcorrido tanto tempo, e quando já ingressamos em um novo século de um novo milênio, é doloroso verificar que a mesma causa continua a cobrar vítimas e que estamos longe de poder assegurar às classes trabalhadoras, padrão de vida à altura de sua extraordinária importância na sociedade”.

O presidente da Assembléia citou Alberto Pasqualini, o maior dos teóricos do trabalhismo, que já apontava “as disparidades de renda” como injustas e afrontosas. Zambiasi disse que o Brasil mesmo sendo a décima-primeira economia do mundo, “os indicadores sociais são similares, em múltiplos aspectos, aos dos povos mais atrasados do globo".

O presidente da Assembléia lembrou o desemprego e a necessidade da criação de um milhão e meio de novas frentes de trabalho por ano. Sérgio Zambiasi entende que o desemprego é o principal fator da desagregação da família, e com ele perdem-se “a auto-estima e a identidade social, os meios indispensáveis à sobrevivência digna”.

Para o deputado, é necessário mais que a retomada do incremento do Produto Interno Bruto. “São indispensáveis ações pontuais de todas as esferas governamentais para resgatar das garras da miséria, da doença, da degradação, legiões de gaúchos e brasileiros que continuam a desconhecer a presença do Estado ou para que servem os mandatários”.

Ele observou as consequências da revolução industrial nas relações de trabalho. “Como já observei dessa tribuna, em breve tempo áreas de atividades que exigiam mão-de-obra intensiva reduziram à metade, ou ainda a menos do que isso, o número de trabalhadores, ao mesmo passo em que duplicavam ou triplicavam a produção. No Brasil, essas mudanças, lideradas pela informática e pela automoção, terminam decretando que vivamos, em uma única nação, estágios diversos da evolução das relações sociais e econômicas”, afirmou.

A máquina, segundo o presidente do Parlamento gaúcho, vem substituindo também o homem no campo. “Não podemos permanecer omissos diante dessa realidade. Mais do que nunca é preciso que os governos incentivem os setores produtivos que mais rapidamente reagem a incentivos e que maior potencial têm de gerar empregos como a construção civil, o turismo, as telecomunicações, as exportações e o agronegócio”, ressaltou.

O investimento na educação é outra reivindicação do presidente da Assembléia, “pois vivemos uma época em que o conhecimento é o mais apropriado dos sinônimos de desenvolvimento econômico e promoção humana. São reptos dessa ordem que todas as estruturas de governo, pouco importando a ideologia pela qual se norteiam, devem enfrentar com disposição, pertinácia e coragem moral, para que possamos nos orgulhar um dia de havermos legados a nossos filhos, e aos filhos dos nossos filhos, um país materialmente mais próspero e socialmente mais justo”. Ao encerrar o seu pronunciamento, Sérgio Zambiasi, pediu que o primeiro de maio seja “um dia de reflexão”.


04/30/2002


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