Acesso a crédito



O acesso a crédito no Brasil aumentou consideravelmente na última década. Entre os mais beneficiados estão os pequenos e microempreendedores, que passaram a ter acesso a mais linhas de microcrédito, especialmente a partir do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), criado pelo Ministério do Trabalho e do Emprego em 2005. Em 2011, mais um passo foi dado nesse sentido, com a criação do programa Crescer, que vai oferecer dinheiro a taxas ainda mais baixas.

O microcrédito, de forma geral, é concedido a pessoas físicas e microempreendedores formais ou informais, que possuem dificuldade de acesso ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem meios de comprovar sua renda. Para pessoas físicas ou de baixa renda, o limite é de R$ 2 mil. Para quem faz parte do PNMPO, o limite é de R$15mil. Pessoas físicas que pretendem abrir o próprio negócio também podem requerer microcrédito de até R$ 5 mil. O prazo para amortização vai até 48 meses. O microcrédito pode ser obtido em agências de fomento, cooperativas de crédito, Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCM) e bancos, principalmente federais. Veja a lista de instituições aqui.

Os juros variam conforme a instituição, mas, teoricamente, devem ser mais baixos do que os juros cobrados no crédito pessoal. Há a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No caso do Crescer, os juros caem de 60% para apenas 8% ao ano. A Taxa de Abertura de Crédito (TAC) também reduziu de 3% para 1% sobre o valor do crédito.

As garantias exigidas são apresentar um avalista ou formar um Grupo Solidário, que consiste em uma reunião de três ou mais pessoas com pequenos negócios e necessidade de crédito, que confiam umas nas outras, e se comprometam a assumir a responsabilidade dos empréstimos feitos ao grupo.

Caixa

Por meio do Crescer, a Caixa vai oferecer crédito para investimentos e capital de giro.  O prazo para quitar o financiamento no caso do capital de giro é de quatro a seis meses. Já no microcrédito para Investimento, o prazo médio fica entre 12 e 24 meses.

O programa tem como metodologia o relacionamento direto com os empreendedores nas suas localidades. Além disso, prevê assistência e orientação técnica no planejamento do negócio.

Para fechar o contrato, são feitas avaliações da atividade e da capacidade de endividamento de cada cliente, e os empreendedores são acompanhados e orientados por agentes de microcrédito.

A Caixa pretende dar atenção especial às mulheres autônomas. Mulheres que trabalham por conta própria podem formar grupos solidários e, assim, receber a visita de um agente de microcrédito, que dará as orientações necessárias para realização de seus projetos. Também merecerá atenção especial o público beneficiado pelo Bolsa-Família, que conta com 1,2 milhão de famílias com perfil empreendedor.

Para atuar como agentes de microcrédito, o banco irá contratar 2.500 jovens (entre 18 e 22 anos) de comunidades de grandes centros urbanos. Eles irão trabalhar na prospecção e orientação dos potenciais tomadores de crédito, com a supervisão direta de empregados da Caixa dedicados exclusivamente a essa tarefa.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil também vai operar com o Crescer nas modalidades de capital de giro e de investimentos. O prazo de amortização vai até 36 meses e o reembolso é mensal.

Para atrair os empreendedores, o Banco do Brasil irá fazer um movimento oposto ao tradicional. Em vez de esperar os empresários irem até as agências, funcionários do banco irão até onde se concentram esses empreendedores que são potenciais beneficiários do Crescer.

O BB já realizou um mapeamento dos beneficiários potenciais do programa: são cerca de 500 mil dos 36 milhões de clientes do banco que apresentam renda mais baixa.

Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste conta com o Crediamigo, voltado para Microempreendedores que faturam até 120 mil reais por ano.  Criado em 1998, o programa agora passa a ser inserido no Crescer. Serão oferecidos até 15 mil reais para capital de giro e até 8 mil reais para investimentos.

O Crescer no Banco do Nordeste será oferecido a grupos solidários – de três a oito empreendedores se reúnem para tomar empréstimos, e se avalizam mutuamente.

No caso do capital de giro, o prazo de amortização é de até 12 meses. Para investimentos, chega a 36 meses.

O Banco do Nordeste atua em todos os Estados da região Nordeste, além do Norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. Há dois anos, também oferece o Crediamigo no Rio de Janeiro. A instituição já atendeu 943 mil microempreendedores com esse perfill.

Banco da Amazônia

Por meio do Amazônia Florescer, o Banco da Amazônia oferece microcrédito desde 2007 a diversos microempreendedores físicos, jurídicos ou MEI. Com o Crescer, o microcrédito continuará sendo oferecido, mas com uma taxa de juros mais baixa: passará de 3,8 % ao mês para 0,6%.

Para MEIs e pessoas físicas – chamados de empreendedores populares – o crédito será oferecido na forma de grupos solidários. Nesse caso, de três a oito pessoas se reúnem para obter crédito e todos ficam responsáveis pela operação.

Fontes:

Banco do Brasil
Caixa Econômica Federal
Banco do Nordeste
Banco da Amazônia



04/09/2013 17:52


Artigos Relacionados


Mulheres Rurais debatem acesso ao crédito

Piscicultores de Roraima serão beneficiados com acesso ao crédito

CAE confirma acesso de cooperativas de crédito rural aos recursos do FAT

Acesso a crédito para 'lan houses' está em debate na CCJ

Alunos de pós-graduação poderão vir a ter acesso a crédito educativo

CAE examina acesso de microempresário a programa de crédito orientado