Achados e Perdidos da CPTM recebe 5 mil documentos e objetos por mês



Usuário tem de informar detalhes do item procurado, onde e quando o perdeu

Documento, chave, celular, guarda-chuva, muleta e até carrinho de bebê são itens perdidos por passageiros nas dependências da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Tudo isso, quando encontrado, vai parar na seção de Achados e Perdidos da empresa, na Estação Barra Funda, capital, e fica à disposição das pessoas. Até o dia 18 deste mês, chegaram ao local 2.947 objetos. Em junho e julho, foram 5.292 e 5.685, respectivamente. Esses números somados totalizam 13.924 itens em dois meses e meio, sendo que 6.186 foram devolvidos a quem perdeu.

A responsável pela seção de Achados e Perdidos da CPTM, Eliete Cury, informa que documentos e objetos ficam por 60 dias à espera do proprietário. Se não forem retirados, o primeiro é enviado ao órgão expedidor e o outro, doado ao Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp).

Eliete afirma que o documento mais perdido por passageiros é cartão com valor comercial (de banco, de crédito ou de refeição), correspondente a 16% do total. A seguir, com 8%, vêm o RG e os cartões de saúde (convênio ou SUS). Entre os objetos, ela destaca fotos (32% do total), carteiras (12%) e peças de uniforme (8%).

Câmeras em ação – Entre os curiosos e raros, chegaram à seção árvore de Natal, cortina, persiana, tapete, televisão, cadeira de rodas, máquina fotográfica, filmadora, chuveiro, clarinete, estetoscópio, aparelho de DVD, skate, Laptop, patins e até capacete.

Eliete informa que a seção de Achados e Perdidos tenta localizar o proprietário de todas as formas possíveis, sempre que há alguma pista (telefone ou endereço) no documento ou objeto perdido. Boa parte dos itens é devolvida dessa forma, com trabalho ativo dos funcionários para localizar a pessoa que perdeu.

As informações podem ser obtidas por telefone, e-mail ou pessoalmente. No entanto, a entrega do objeto é feita pelo funcionário da CPTM apenas para o proprietário e no balcão da seção. Isso depois de ele informar detalhes do item, onde o perdeu, data aproximada, etc., para provar que é o verdadeiro dono. Em caso de documentos, a própria fotografia revela.

Além disso, câmeras da CPTM espalhadas pelas estações ajudam a encontrar o real proprietário. Se no momento da perda, a câmara mostrar a pessoa, essa imagem será usada para reconhecê-la, quando comparecer à seção, na Barra Funda.

Dentadura trocada – Entre as curiosidades ocorridas no cotidiano de trabalho, Eliete lembra que certa vez um homem veio buscar sua dentadura, mas levou a prótese dentária errada. Uma semana depois ele voltou, trocou e foi para casa feliz da vida. Houve o caso de um deficiente que perdeu a muleta, mas não a pegou de volta, porque tinha ganhado outra. Infelizmente, roubaram sua muleta nova e ele retornou envergonhado à seção de Achados e Perdidos para pegar aquela que lá estava. Esse cidadão, inclusive, já tinha doado o objeto à CPTM, mas teve tempo de voltar atrás e recuperar.

A funcionária Edivane Coelho Soboslai mostra os arquivos onde estão guardados os itens esquecidos. Documentos e demais papéis com nome da pessoa são arquivados em ordem alfabética, dentro de envelopes. Aqueles não identificados são colocados em outro lugar, mas sempre visível ao olhar do funcionário para ser devolvido quando procurado.

Edivane guarda atentamente objeto sem identificação à espera do proprietário, como muleta, bengala, persiana, compras, roupas. Ela diz que o carrinho de bebê geralmente é esquecido porque a mãe ou pai pega a criança no colo na hora em que a composição pára. Na ânsia de entrar no trem acaba deixando o carrinho na plataforma. “Ainda bem que até hoje não encontramos bebê dentro”, ressalva.

Dinheiro na mão

O jovem Samuel Moraes de Oliveira, de 17 anos, perdeu uma nota de R$ 100 na Estação Ipiranga da CPTM, Linha 10-Turquesa, que liga a Luz a Rio Grande da Serra. O fato ocorreu em julho, quando ele se dirigia a um shopping para comemorar o aniversário de uma amiga. Curiosamente, levava mais R$ 400 no bolso, em notas menores. Um garoto, que ali passava, pegou o dinheiro do chão e entregou a um segurança, que a repassou à seção de Achados e Perdidos.

A cena onde aparecem Oliveira e o garoto que achou a cédula foi captada pela câmera da CPTM e usada numa reportagem de televisão. Oliveira foi alertado sobre o ocorrido por intermédio de parentes que viram a matéria na TV. No dia 19 de agosto, o jovem lavador de carro voltou à seção de Achados e Perdidos para recuperar seu dinheiro. Mas o rapaz que encontrou e devolveu os R$ 100 não foi identificado, para que Oliveira pudesse lhe agradecer.

Agora ele pretende usar o dinheiro que julgava perdido para saldar algumas dívidas. Vai ajudar a pagar algumas prestações de uma câmera digital que comprou recentemente.

A operadora de telemarketing Roberta Ferreira de Camargo, 29 anos, passou na seção de Achados e Perdidos para pegar seu RG, perdido no dia anterior. Deu sorte: assim que chegou ao balcão e informou seu nome, o funcionário localizou o documento. Tudo em apenas 10 minutos. Ela perdeu o documento no banheiro da Estação Barra Funda, onde desembarca todas as manhãs, para trabalhar.

SERVIÇO
Seção de Achados e Perdidos da CPTM
Estação Barra Funda – capital
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas
Central de Atendimento ao Usuário: 0800-0550121

Otávio Nunes, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



08/23/2008


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