Acir Gurgacz: enchente viabilizou abertura de trecho na BR-421
"Foi preciso uma grande enchente, para que todos, inclusive os órgãos ambientais e a Justiça Federal, pudessem enxergar a importância estratégica da BR-421". A observação foi feita pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO) nesta sexta-feira (28), ao relatar em plenário a situação enfrentada pela população de Rondônia em razão da enchente do Rio Madeira, a maior da história do estado. Ele contou que mais de 20 mil pessoas estão desabrigadas e os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, onde moram cerca de 100 mil habitantes, estão completamente isolados, porque os trechos das BRs 364 e 425 que dão acesso a essas cidades estão alagados.
De acordo com Gurgacz, essas cidades deverão sair do isolamento até a próxima semana, quando o governo estadual concluirá a abertura de um trecho de 12 quilômetros na BR-421, entre os distritos de Jacinópolis e Nova Dimensão, cortando uma ponta do Parque Estadual de Guajará-Mirim.
De acordo com o parlamentar, que luta pela pavimentação completa da BR-421 desde 2010, a abertura desse trecho era o que impedia o licenciamento ambiental para a realização da obra.
— Finalmente, prevaleceu o bom senso, e teremos, a partir desta semana, uma passagem alternativa para o Vale do Mamoré, e vamos continuar trabalhando para que essa passagem seja definitiva e para que o Governo Federal faça a pavimentação completa da BR-421, que possui apenas 80 quilômetros, dos seus 377 quilômetros pavimentados. Já indicamos essa obra como prioritária para o Estado ao Governo Federal, que deve incluí-la na próxima etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC3, que está sendo, neste momento, desenvolvido, estudado, pensado, para que seja anunciado nas próximas semanas — ressaltou o senador.
Preocupação com doenças
No mesmo discurso, Acir Gurgacz afirmou que, devido aos vetores trazidos pelas águas, a principal preocupação agora são as doenças como o cólera, a dengue, a leptospirose e a malária, assim como viroses e doenças tropicais típicas da região amazônica, que geralmente aparecem num período pós-cheia.
— Até o momento já foram registrados dois casos suspeitos de cólera, mais de 50 casos de dengue e 43 casos de leptospirose. Felizmente, não registramos nenhum óbito, graças ao monitoramento das equipes de saúde que trabalham intensamente para manter a situação sob controle, apesar de todas as dificuldades — disse o senador.
28/03/2014
Agência Senado
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