ACM CONSIDERA-SE VENCEDOR PERANTE A OPINIÃO PÚBLICA



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse nesta quinta-feira (dia 11) que, ao contrário de algumas interpretações surgidas na imprensa, considera-se um vitorioso no episódio da votação do salário mínimo.- Acho que a mídia insiste nessa colocação de que estou fragilizado porque não quer que eu me fortaleça. Se alguém saiu vencedor, fui eu: fui coerente com meus princípios, presidi uma sessão difícil e recebi elogios de todos os líderes. Perante a opinião pública, não diminuí em nada minha posição - afirmou.Antonio Carlos ressaltou que, "desde o início até o fim", manteve posição por um mínimo de R$ 180, e, mesmo tendo concordado em respeitar a decisão de seu partido, deixou o presidente da República avisado de que seu sobrinho, o deputado Paulo Magalhães, daria o voto que ele daria, se pudesse.O senador salientou ainda ter sido o único político que, desde o princípio do debate, ficou contra as ameaças de punição dos dissidentes, "de forma explícita".- Achei que as ameaças atingiam não só o Parlamento, como o meu partido, e a mim próprio. O presidente, com inteligência e habilidade, fez declarações de respeito ao PFL e à minha pessoa, apesar das divergências que, segundo ele, às vezes surgem entre nós. Isso sem dúvida atenuou bastante a irritação do PFL e principalmente dos meus amigos baianos - disse.O presidente do Senado reagiu à versão de que a nota de apoio que recebeu tenha sido apenas um "consolo". Ele pediu aos jornalistas que mantenham o compromisso de refletir a verdade e apontou falhas na cobertura tanto da sessão de votação do mínimo, quanto na da reunião do PFL.O senador acha que a fixação do mínimo em R$ 151 representa um desgaste para o governo, e a consciência disso é que motivou a mobilização realizada para a aprovação, de forma a abreviar o tempo de discussão do assunto.- Tenho a impressão de que área econômica luta pelos números e esquece muitas vezes do problema social, que, se não for resolvido, pode derrubar a área econômica. Tem que haver mais flexibilidade, não só do ministro da Fazenda, como também do Planejamento - opinou.Antonio Carlos assegurou que o PFL está unido e que não há conflito entre ele e o presidente do partido.- Não tenho nenhuma mágoa do Bornhausen, nem ele de mim. O assunto está encerrado, e, no que eu puder ajudá-lo como presidente, eu o farei - afirmou.

11/05/2000

Agência Senado


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