ACM DETALHA ANDAMENTO DAS REFORMAS
PREVIDÊNCIARespondendo ao diretor do Banco Mundial para o Brasil, Gobind Nankani, que considerou a previdência a área de maior dificuldade do país, Antonio Carlos afirmou que o Brasil não é uma exceção às outras nações. "Ninguém se salva do caos na previdência", disse. Ele declarou também que, mesmo existindo aqueles que se opõem às mudanças e que defendem a manutenção de privilégios, quase todos já se convenceram da necessidade da reforma e que a mesma deve estar concluída até fevereiro do ano que vem. .
JUDICIÁRIOO presidente do Senado disse que a reforma do Judiciário, apesar de ser a que mais lhe agrada, é uma das mais complicadas. Segundo o senador, o Judiciário tem problemas de corrupção de alguns juízes, prática de nepotismo nos estados e decisões muito apegadas aos aspectos da lei. Antonio Carlos atentou, no entanto, para as modificações que já estão ocorrendo. .
- Só a vigilância do Legislativo, com a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, já mudou o Judiciário para melhor - disse ele. Antonio Carlos criticou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que se manifestou contrariamente à cobrança de novas contribuições para a Previdência. "Pode ser que, sob a ótica da tecnicidade, os ministros estejam certos, mas do ponto de vista social e da sobrevivência econômica do país, eles cometeram uma falha", observou. .
POLÍTICAO senador disse que a reforma política deve ser elaborada para que produza efeitos apenas depois de 2006. Só assim, destacou, os políticos não temeriam votar medidas que pudessem prejudicá-los nas próximas eleições. Antonio Carlos listou pontos que, na sua opinião, devem ser modificados: tempo de publicidade na TV, número de partidos políticos, financiamentos de campanha, fidelidade partidária e voto distrital misto. .
SEGURANÇA PÚBLICAMesmo admitindo a gravidade do problema, Antonio Carlos considera que a violência urbana não está restrita ao Brasil. "Os nossos problemas de segurança são mais graves nas grandes cidades, mas não são maiores do que aqueles que enfrentam outros países do mundo. É que as tragédias aqui repercutem por mais tempo. Se um louco americano invade uma escola e mata várias crianças, isso repercute, mas desaparece logo da mídia.", afirmou. .
MEIO AMBIENTEO senador destacou os avanços brasileiros no setor do meio ambiente, e salientou que os países ricos não devem adotar um discurso apenas de crítica aos países em desenvolvimento. "O Brasil passa por um momento de defesa do meio ambiente, não só por parte do governo, mas também de diversas organizações não-governamentais, que podem prestar bons ou maus serviços. É muito fácil, para países que cresceram e industrializaram-se sem se preocupar com o problema, cobrar daqueles que ainda estão se desenvolvendo", disse.
27/10/1999
Agência Senado
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