ACM procura fazer de renúncia vitória política
Antonio Carlos reafirmou a defesa de moralidade pública e da ética, causa da perseguição de que alega ser vítima. "Promovo, contra a vontade de altas figuras da República, a mais ampla e importante cruzada de que se tem notícia em toda a história do Brasil contra a corrupção e os corruptos, e, no entanto, sou obrigado a deixar o Parlamento, sob a absurda acusação de quebra de decoro", afirmou.
O agora ex-senador frisou que a renúncia não significava uma derrota, muito menos o afastamento da vida pública. "Não são poucos os que desejam calar a minha voz, mas ninguém vai consegui-lo. Somente o povo da Bahia me fará silenciar, no dia em que eu deixar de ser digno de sua confiança". Ele disse ainda que o ato representa um compromisso pela ética. "Erigir impessoalidade como forma de ação, combatendo toda a sorte de tentações subterrâneas, significa combater o apadrinhamento e o privilégio", ressaltou, para afirmar em seguida que pretende recuperar na urnas, em 2002, o mandato de senador.
Como já fizera o ex-senador José Roberto Arruda, que renunciou na última quinta-feira (dia 24), Antonio Carlos procurou minimizar a gravidade de sua participação na violação do painel. "Posso assegurar que não cometi qualquer crime contra o erário, não fiz advocacia administrativa, não procurei enriquecer a quem quer que fosse. Não furtei. Ao contrário, apontei ladrões que ainda estão impunes".
Também como Arruda, Antonio Carlos disse ter sofrido um "linchamento público", orquestrado por setores da imprensa. "O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, vergonhosamente, deixou-se fazer refém de uma parcela da imprensa. Lá, repórter virou promotor e procurador da República virou repórter", atacou.
30/05/2001
Agência Senado
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