ACM protesta contra descaso do DNER com estradas na Bahia



O estado precário da grande maioria das estradas federais na Bahia e a "absoluta indiferença do governo federal, em especial o Ministério dos Transportes", foram motivo de protesto, nesta segunda-feira (dia 19), do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Com base em avaliação feita pelo próprio governo federal, o senador revelou que, dos 4,8 mil quilômetros de estradas federais na Bahia, 2,9 mil quilômetros - apenas 14% - estariam em boas condições de uso.

Antonio Carlos lembrou que o assunto não é novo nem desconhecido do governo, pois, nos últimos cinco anos, as estradas federais estiveram presentes 17 vezes nas pautas dos encontros entre os governos baiano e federal. O senador lamentou que pouco tenha sido feito para melhorar a situação das rodovias, apesar de o presidente Fernando Henrique, já no dia da posse para o primeiro mandato, em 1º de janeiro de 1995, ter recebido um relatório minucioso sobre o problema.

- Até novembro de 2000, de um total de mais de R$ 184 milhões originalmente autorizados para investimentos na área de transportes na Bahia, apenas 34% foram empenhados. Menos ainda, somente 20%, foi efetivamente pago. Muito pouco, se comparados com o total de R$ 527 milhões estimados para restaurar a malha federal do estado. É o segundo menor percentual de execução orçamentária na área de transportes entre os estados nordestinos. No Sudeste, São Paulo obteve 78%. No Sul, Santa Catarina obteve 81% - comparou o senador.

Outro problema apontado por Antonio Carlos é a deterioração das estradas estaduais, causada pelo desvio do fluxo de tráfego das estradas federais. "Por não serem projetadas para o transporte pesado, se deterioram com o tráfego de carretas que fogem das estradas federais", observou. Segundo o senador, sempre que é instado a falar sobre o assunto, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, reconhece o estado precário das estradas federais da Bahia. "Contudo, sua avaliação não tem se traduzido em ações e resultados concretos", disse.O senador Ademir Andrade (PSB-PA) assinalou que é necessário um tratamento mais atento e uma discussão mais aprofundada sobre as dívidas interna e externa brasileiras, pois entende que os R$ 560 milhões necessários à recuperação das estradas federais na Bahia são uma quantia pequena, quando comparada aos R$ 140 bilhões pagos somente de juros das dívidas.

O senador Moreira Mendes (PFL-RO) disse que o descaso do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) não é um privilégio da Bahia, pois Rondônia também sofre o mesmo tratamento. Segundo Moreira, apenas a BR-364 recebe "relativa atenção" por parte do DNER. Para o senador, o Ministério dos Transportes "não pode ser mais o Ministério que atende apenas aos interesses do PMDB".

O senador Waldeck Ornélas (PFL-BA) disse que o protesto de Antonio Carlos reflete a preocupação de todos os baianos. Ele reclamou ainda da falta de definição, por parte do Ministério dos Transportes, sobre a hidrovia do rio São Francisco. Segundo Ornélas, a hidrovia faz parte de todos os planos de obras do governo federal, mas não se consegue racionalizar a liberação dos recursos.

19/03/2001

Agência Senado


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