Ações do Estado ajudam a reurbanizar área da ponte estaiada



Famílias da favela Jardim Edith serão removidas para moradias da CDHU

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Atualizada às 16h21

O governador José Serra participou neste sábado, 10, da inauguração da ponte Octávio Frias de Oliveira, na zona sul de São Paulo. Conhecida como ponte estaiada, pelo método de construção, ela já é celebrada como o mais novo cartão postal da capital. A previsão é que quatro mil veículos por hora devam passar em cada sentido da ponte, que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal Pinheiros. 

“O fim desta obra é muito importante para a região no sentido de resolver os problemas de trânsito. Eu a retomei quando estava na prefeitura e o Gilberto Kassab agora a concluiu”, declarou o governador José Serra, depois de acompanhar um desfile de veículos antigos sobre a nova ponte.

A obra faz parte da Operação Urbana Água Espraiada, parceria entre a prefeitura e o governo do Estado, que destinará moradias e cartas de crédito para moradores da favela Jardim Edith e de áreas que serão desapropriadas.

A remoção das famílias da favela Jardim Edith se fez necessária para a construção de uma alça de acesso. Agora, com a inauguração da ponte, o próximo passo será erradicar a favela. Para isso, serão atendidas 815 famílias: 280 em novas unidades localizadas em empreendimentos da CDHU; 17 por meio de cartas de crédito e 518 com verba de atendimento ou compra de casas em áreas de responsabilidade do município. “Estas pessoas não vão ser postas na rua, vão receber novas habitações. Já há um local para recebê-las”, adiantou Serra.

Pacote de obras

Perto dali, um outro convênio foi selado entre o governo do Estado e prefeitura para o prolongamento da Avenida Roberto Marinho. Para tanto, a previsão é investir R$ 1,5 bilhão na obra que vai ligar a Roberto Marinho a Avenida Pedro Bueno, nos fundos do Aeroporto de Congonhas. 

Mas não é só. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos anunciou recentemente, também na zona Sul, a construção do Expresso Aeroporto (até Cumbica) e o Veículo Leve sobre Trilhos – VLT (até Congonhas). A implantação se dará por meio de investimentos dos governos estadual e federal. A prefeitura de São Paulo também participa do projeto.  

O VLT, um metrô leve, ligará São Judas à Linha 9-Esmeralda, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), passando por Congonhas e cruzando a Linha 5-Lilás, do Metrô. O primeiro trecho, entre São Judas e Congonhas, está previsto para operação-teste em 2010. A demanda estimada é de 15 mil passageiros/hora. O valor desse primeiro trecho será de R$ 200 milhões. O do projeto todo deve ficar em R$ 1,2 bilhão, incluindo a compra dos trens.

O governador disse que o Estado vai apoiar a prefeitura da capital na construção de uma ligação entre a avenida Roberto Marinho e a rodovia Imigrantes. “Apoio não apenas psicológico, mas apoio material, com recursos para tanto”, enfatizou Serra. Há ainda em curso um projeto de readequação da Avenida dos Bandeirantes e a ampliação da Linha 5 (Lilás) do Metrô.

Serra lembrou ainda das ações do Estado para facilitar o trânsito na região, como a inauguração das estações Grajaú, Interlagos e Autódromo da CPTM. “Também estamos em plena ação nas Marginais para diminuição da poluição no rio Pinheiros através de obras de deslocamento do esgoto para a estação de tratamento de Barueri e, ao mesmo tempo, estamos fazendo a experiência de flotação do rio”, acrescentou Serra.

Sucesso 

Horas depois de ser entregue, a experiência da ponte estaiada será levada ao exterior. É que sua maquete embarca para a Espanha em julho, onde será exposta num congresso internacional de engenharia. “Temos um marco em São Paulo”, resume o engenheiro Norberto Duran, gerente de obras da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização). Para muitos, a ponte estaiada veio para aposentar os admiradores da ponte pênsil. “Eu diria que é uma versão bem mais moderna da ponte pênsil”, conclui Duran.

Homenagem

Serra aproveitou para fazer uma homenagem e relembrar o homem que dá nome à nova obra viária, Otavio Frias de Oliveira, publisher do jornal Folha de S.Paulo, morto em abril de 2007. “Para mim o seu Frias foi muito importante na minha vida política, profissional e pessoal, entre o que eu era e entre o que eu vim a ser”, declarou Serra, ao comentar o discurso da filha de Frias, Maria Cristina, que fez referência ao fato do pai servir como uma espécie de ponte para as pessoas.

Para Serra, Frias marcou sua vida tanto quanto “marcou o desenvolvimento da cidade de São Paulo e do Estado através de seu espírito empreendedor em tantas áreas diferentes”. O governador fez homenagem semelhante na terça-feira, 6, quando inaugurou o Instituto do Câncer Otavio Frias de Oliveira, na capital.

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Cleber Mata / Manoel Schlindwein

(I.P.)



05/10/2008


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