Acordos globais



Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano - 1972

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano foi realizada em 1972 em Estocolmo, na Suécia, para discutir problemas ambientais no mundo. Idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Conferência alertou os países sobre as consequências da degradação do meio ambiente para o planeta.

Representantes de 113 nações, de 250 organizações não governamentais e de organismos da ONU compareceram ao evento. Os debates tiveram como resultado a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, uma carta de princípios de comportamento e responsabilidades que deveriam nortear as decisões sobre políticas ambientais. Um plano de ação também foi redigido e convocava os países, organismos das Nações Unidas e organizações internacionais a cooperarem na busca de soluções para os problemas ambientais.

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - 1983 a 1986Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - 1983 a 1986

A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento foi criada pela ONU em 1983, após uma avaliação dos 10 anos de vigência das ações propostas na Conferência de Estocolmo. Nos primeiros três anos, o novo organismo promoveu discussões entre líderes de governo e membros da sociedade civil, que resultaram no Relatório Nosso Futuro Comum (também chamado Relatório Brundtland, em homenagem à presidente da comissão, Gro Harlem Brundtland, então primeira ministra da Noruega).

Lançado em 1987, o documento apontou a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo da época. O relatório, que pela primeira vez definiu o conceito de desenvolvimento sustentável, não sugeriu a estagnação do crescimento econômico, mas sua conciliação com as questões ambientais e sociais. O documento enfatizou os perigos do aquecimento global e da destruição da camada de ozônio e afirmou que a velocidade das mudanças era maior do que a capacidade dos cientistas de avaliá-las e propor soluções.

Cúpula da Terra / Rio-92 - 1992

Vinte anos depois da conferência de Estocolmo, foi a vez do Brasil sediar uma nova reunião convocada pela Assembléia Geral das Nações Unidas. A Rio-92 ou Eco-92 reuniu líderes mundiais e entidades ambientais no Rio de Janeiro para analisar a evolução das políticas de proteção ambiental. No encontro, os objetivos principais foram:

Cúpula da Terra / Rio-92 - 1992

• avaliar a situação ambiental de acordo com o desenvolvimento;

• estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não-poluentes aos países em desenvolvimento;

• examinar estratégias para a incorporação de preocupações ambientais ao processo de desenvolvimento;

• estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever ameaças ambientais e prestar socorro em casos de emergência;

• reavaliar o sistema de organismos da ONU, criando, se necessário, novas instituições para implementar as decisões da conferência.

Participaram da Rio-92 172 países, representados por aproximadamente 10 mil participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Integrantes de cerca de 1.400 organizações não governamentais também receberam credenciais para acompanhar as reuniões. Desde então, o papel dessas entidades foi se tornando cada vez mais importante nas negociações internacionais sobre o meio ambiente.

A Cúpula da Terra produziu cinco documentos que, entre outros aspectos, alertavam para a necessidade de uma urgente mudança de comportamento, com o objetivo de preservar a vida na Terra. Foram eles:

• Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

• Agenda 21

• Princípios para a Administração Sustentável das Florestas

• Convenção da Biodiversidade

• Convenção sobre Mudança do Clima

Conferência das Partes 3 - 1997

Em 1997 foi a vez de Quioto, no Japão, sediar a terceira Conferência das Partes (COP 3), que resultou no Protocolo de Quioto. O documento foi um dos mais importantes marcos para a preservação do meio ambiente por definir compromissos mais rígidos para redução da emissão de gases de efeito estufa, principal causador do aquecimento global.

Conferência das Partes 3 - 1997

O Protocolo de Quioto propôs um calendário para países industrializados reduzirem as emissões combinadas de gases de efeito estufa. Para que pudesse começar a valer, seria necessária a ratificação de pelo menos 55 países, que juntos deveriam corresponder por pelo menos 55% das emissões globais de gases do efeito estufa. O protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005, mesmo sem adesão dos Estados Unidos, um dos principais países emissores de gás estufa.

Importante: COP trata-se do órgão máximo da Convenção do Clima, composta pelos países que a ratificaram e são responsáveis pela sua implementação. A primeira reunião, COP 1, foi realizada em 1995, em Berlim, na Alemanha. Em dezembro, acontecerá a COP 15, em Copenhagem, na Dinamarca.

Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável - 2002Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável - 2002

A Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Rio+10, aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul, em

2002. O objetivo era avaliar os avanços e identificar os obstáculos que impediram os países de promoverem grandes avanços em relação aos compromissos assumidos na Rio-92.

Na Conferência foram escritos dois documentos: o Plano de Implementação, que tem como base os resultados conseguidos desde a Rio-92 e busca acelerar o cumprimento dos demais objetivos, e a Declaração Política, que reafirma o compromisso dos países com o desenvolvimento sustentável.

Conferência de Bali - 2007Conferência de Bali - 2007

A Conferência de Bali, na Indonésia, em 2007, teve o objetivo de traçar metas ainda mais ambiciosas do que as estabelecidas pelo Protocolo de Quioto quanto às emissões de gases do efeito estufa. O resultado da conferência foi o Mapa do Caminho, nome sugerido pela delegação brasileira, acordado por 190 nações, que não definiu porcentagens de redução, mas estabeleceu a data em que um acordo realmente efetivo terá que ficar pronto: dezembro de 2009, na reunião COP 15 na Dinamarca.

Conferência de Copenhague - 2009Conferência de Copenhague - 2009

Tal como nos eventos anteriores, foi a vez da capital da Dinamarca sediar uma conferência mundial em busca de soluções para o aquecimento global e firmar de vez um acordo a ser seguido pelos países mais ricos em prol dos mais pobres. Porém, ao contrário das expectativas, a COP-15 não obteve o sucesso que se esperava e o Acordo de Copenhague, um documento de apenas 12 parágrafos, não possui a representatividade ou até mesmo legalidade necessária. Após muita expectativa, o planeta ainda se vê sem um acordo efetivo entre as nações que poderá lhe ajudar a voltar a respirar.

Conferência do Clima da ONU de Durban – 2011Conferência do Clima da ONU de Durban – 2011

Evento realizado em Durban, na África do Sul, reuniu representantes de 190 nações para decidir pela renovação – ou não – no mais importante acordo feito até então para contenção dos gases de efeito estufa: o Protocolo de Quioto. Ao final, a COP 17 lançou as bases de um futuro acordo de controle da poluição que deverá ser aprovado até 2015 e entrar em vigor apenas a partir de 2020 – o que foi alvo de críticas de ambientalistas pelo mundo todo.

Outra estrutura definida foi o Fundo Verde do Clima que, também a partir de 2020, dará suporte financeiro para iniciativas de combate às mudanças do clima mundial. Inicialmente o fundo terá aporte de US$ 100 bilhões.

Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) – 2012

Vinte anos após a Rio 92, mais de 45 mil participantes, entre chefes de governo e sociedade civil, voltaram a se reunir na cidade do Rio de Janeiro, entre 13 e 22 de junho de 2012. O documento final da conferência, intitulado “O Futuro Que Queremos” (conteúdo em inglês), apontou a pobreza como o maior desafio a ser combatido. 

O texto também defende o fortalecimento do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) e a criação de um órgão político para apoiar e coordenar ações internacionais para o desenvolvimento sustentável.

Além disso, os 188 países presentes na Rio+20 se comprometeram a investir US$ 513 bilhões em projetos, parcerias, programas e ações nos próximos dez anos nas áreas de transporte, economia verde, energia, proteção ambiental, desertificação e mudanças climáticas, entre outros.

 

Fontes:
Ministério do Meio Ambiente

Organização das Nações Unidas
(conteúdo em inglês)
Rio+20

 

 



05/10/2012 11:49


Artigos Relacionados


Integração às cadeias globais favorece industrialização

Cidades respondem por 80% das emissões globais de gases

Secretário defende fortalecer centros globais de pesquisa

Especialistas apresentam temas frente aos desafios globais

Encontro discute desafios globais da propriedade intelectual

Ações globais vão incentivar hábitos culturais dos brasileiros