Adelmir lamenta que gripe coloque dengue em segundo plano
O senador Adelmir Santana (DEM-DF) criticou o espaço que a influenza H1N1, também conhecida como gripe suína, vem tendo na imprensa e nas preocupações das autoridades. Na opinião do senador, a situação pode levar ao esquecimento do combate de doenças mais letais, como a dengue, por exemplo. A gripe, lembrou o senador, atingiu oito brasileiros até agora e há 32 casos suspeitos.
- Nos últimos dias o assunto dominou o noticiário e praticamente monopolizou as atenções do Ministério da Saúde. Chamo a atenção para um dilema que deve estar cercando o ministro José Gomes Temporão e toda a sua equipe: como priorizar o combate à gripe suína no Brasil se os efeitos atuais da dengue, outra doença gravíssima, são muito maiores e muito mais visíveis? - indagou.
Adelmir Santana ressaltou que atualmente a dengue é a virose mais comum, com a ocorrência de cerca de cem milhões de casos por ano no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, informou o senador, cerca de 20 mil desses pacientes morrem anualmente. De acordo com o senador, as manifestações mais graves da doença - a febre hemorrágica da dengue e a síndrome do choque da dengue - atingem pelo menos 500 mil pessoas ao ano no planeta e apresentam taxa de mortalidade de até 10% para pacientes hospitalizados e 30% para pacientes não tratados.
Adelmir Santana lembrou que nesta segunda-feira (11) o Ministério da Saúde divulgou balanço parcial indicando que os casos de dengue caíram 49% no país comparado ao mesmo período de 2008, mas que o número total de casos no Brasil já passou de 220 mil e a situação ainda é preocupante em oito estados, entre eles Acre, Amazonas, Bahia, Mato Grosso e Roraima.
- Convenhamos que parece um quadro muito grave, mas estranhamente não sensibiliza a mídia, não mobiliza a chamada opinião pública e nem mesmo a classe política. Pior que isso, a dengue não abala as autoridades da área de saúde tanto quanto a nova gripe suína, que virou o grande destaque dos noticiários - lamentou.
O senador comentou entrevista de um antropólogo à Agência Brasil esclarecendo que um vírus desconhecido afeta a imaginação das pessoas causando, além da epidemia biológica, uma epidemia de medo. Além disso, a opção de cobertura espetacularizada e de assuntos inéditos pela mídia explicaria a atenção que o tema vem conseguindo.
Em aparte, senador Papaléo Paes (PSDB-AP) deu razão à Adelmir Santana. Para Papaléo, é preciso tomar providências contra a nova gripe, mas não se pode desviar a atenção dos problemas crônicos do país. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) acredita que a grande dificuldade é que falta dinheiro para a saúde. Ainda em aparte, o senador Augusto Botelho (PT-RR) disse que o Ministério da Saúde vem tomando as medidas adequadas para conter a disseminação do vírus da influenza H1N1.
12/05/2009
Agência Senado
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